A constante busca pela satisfação das necessidades proporcionou à civilização beneficios econômicos, sociais, politicos e técnico-cientifícos. Todavia para além das questões positivas, desafios como a dificuldade de locomoção em face do excesso de pessoas nas áreas urbanas e a infraestrutura inadequada fazem da mobilidade uma questão a ser enfrentada. Podemos observar que a melhoria das condições de vida nos centros urbanos, relacionada ao maior nível de emprego, aumento da renda e melhoria dos serviços de saúde contribuiram para a saída de uma parcela da população do campo para a cidade. De acordo com o Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (UN-Habitat), a população urbana foi multiplicada por cinco entre 1950 e 2011 no mundo todo. Os centros urbanos passaram a concentrar um alto contingente populacional incompatível com a estrutura de mobilidade existente. Percebemos também que as migrações diárias (migração pendular) de trabalhadores que moram em cidades vizinhas ou em bairros distantes dos centros comerciais geram ainda mais dificuldade de locomoção. Esse fato em conjunto com o aumento do tranporte individual (carros) que segundo dados do DENATRAN tiveram um aumento na frota de 24 milhões para 50 milhões entre 2001 e 2012 sendo um crescimento 11 vezes maior que o crescimento da população corrobora para o comprometimento da mobilidade urbana nos principais centros do país. Destacamos que os trabalhadores possuem poucas possibilidades de buscar empregos perto de suas residêcias. A geração de renda se concentra nos grandes centros comerciais, áreas que por sua vez não possibilitam a construção de moradias. Nessa perpectiva a descentralização dos serviços urbanos, das unidades produtivas e das regiões comerciais em conjunto com o fortalecimento dos meio de locoção alternativos ao tranportes individuais como metrô, trens, aumento das faixas exclusivas para ônibus solucionaria o problema do elevado fluxo de pessoas se deslocando ao mesmo tempo para uma determinada região.