A popular medida implantada por Juscelino Kubistchek, conhecida como desenvolver o país “50 anos em 5” não previa as proporções que a sua política rodoviarista chegaria no futuro. Todavia, esse futuro chegou e trouxe a ideia de que possuir um veículo é sinônimo de poder aquisitivo e inserção do indivíduo na sociedade. Fato que requer uma reformulação e ações urgentes por parte das autoridades governamentais, aliado aos setores pedagógicos, haja vista que o caos nas rodovias aumenta a cada dia e exige uma mudança envolvendo toda a sociedade. Em virtude da melhora do poder aquisitivo das classes sociais mais baixas, bem como a redução nas taxas de importação, tornou-se mais fácil adquirir o “tão sonhado” carro próprio, devido mais possibilidades de pagamento. No entanto, é sabido que as vias brasileiras estão entrando em colapso, como, pode-se citar o a cidade de São Paulo, que dentro de alguns meses atingirá o patamar de 6 milhões de carros neste ano. Dado reflexo de que o veículo resolve o anseio particular, mas não o coletivo. Desse modo, é preciso uma atitude governamental, tendo em vista o aumento da frota veicular desencadeia aumento da poluição, maior incidência de acidentes, violência no trânsito, sucateamento do transporte público, etc. É preciso contrabalancear conforto individual com a possibilidade de ir e vir nos grandes centros. Assim, a saída seria as autoridades governamentais implantar mais ônibus e metrôs nas cidades com altos índices de engarrafamento. Por sua vez, outra seria desenvolver projetos de extensão nas escolas e semanalmente os alunos iriam expor nas comunidades próximas temas sobre os benefícios do transporte público, alertar para a quantidade de poluentes despejados pelos carros, alternativas aos veículos, tais como, a bicicleta, a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos, e a redução do estresse diário causado pelos locais intrafegáveis da malha rodoviária. Destarte, o problema da mobilidade urbana parece ser algo intangível, mas não o é. A possível solução está nos subsídios governamentais visando o aprimoramento do transporte público, através de reformas e aquisição de novos veículos, bem como a extensão das ciclovias. Desse modo, aliado apoio educacional, nas atividades interdisciplinares, de forma constante e a possibilidade do contato sobre o assunto com a sociedade, em um médio prazo resultará em cidades melhor trafegáveis, menores índices de poluição e habitantes satisfeitos com a possível da praticidade de locomoção em grandes extensões territoriais.