Título da redação:

Conflito de interesses

Tema de redação: A crescente crise da mobilidade urbana brasileira

Redação enviada em 15/11/2016

A crescente urbanização durante a revolução industrial inchou as grandes cidades. No Brasil, o êxodo rural e a busca por melhores condições de vida geraram um fluxo contínuo em direção ao sudeste. No entanto, o planejamento urbano não acompanhou a demanda e a crise de mobilidade nas capitais se intensificou. Em virtude disso, a matriz de transporte e o modelo político de concessões são os principais pontos para reverter a situação nas metrópoles brasileiras. O Brasil, sobretudo durante o governo JK , escolheu o rodoviarismo como principal meio de transporte. Isso porque desde o começo do século XX o país é dependente dos investimentos e geração de empregos das grandes empresas do setor automobilístico. Porém, a crescente quantidade de carros e ônibus produziu engarrafamentos quilométricos e dificuldades para a população se locomover. Diretamente ligada a esse problema está a facilidade de crédito oferecida por bancos e outras instituições, o que resultou em mais veículos nas ruas e menor utilização de trens e coletivos. Uma outra questão recorrente no Brasil gira em torno das concessões. O modelo prevê que empresas interessadas em oferecer o serviço concorram, e, aquela na qual ofertar o menor custo vence o leilão e passa a poder explorar determinada linha de transporte. O problema é a falta de transparência nesse processo e o fato de várias rotas diferentes, de maneira peculiar, serem controladas pelos mesmos empresários. Há um conluio entre setor privado e governos corruptos. Esse fator gera o monopólio dos transportes que, sem concorrência e fiscalização, não têm estímulos para investir na infraestrutura, serviços ou mesmo flutuar os preços conforme o mercado, com isso os cidadãos ficam à mercê de coletivos precários e com alto custo de passagem. Em suma, a continuidade do modelo rodoviário e licitações fraudulentas são os principais problemas de mobilidade urbana. Na China, referência em infraestrutura de transporte, mais de dez empresas competem pela escolha dos cidadãos, e algumas chegam a ofertar o preço da passagem de acordo com a distância percorrida. Os chineses investiram também maciçamente em linhas férreas, solução mais difundida por especialistas e que gerou bons resultados ao atender a maior população do mundo. Outro fator importante é liberalizar o setor e o Estado passar a ser apenas um agente regulador. Dessa forma empresas vão competir livremente pelo mercado consumidor e, assim, o governo poderá atuar como soberano da vontade popular, e não de uma oligarquia de executivos.