Título da redação:

Cidades inteligentes

Proposta: A crescente crise da mobilidade urbana brasileira

Redação enviada em 11/07/2018

Na década de 50, o cenário brasileiro foi marcado pela busca da modernidade, sobretudo na vigência do governo J.K, contextualizado com seu slogan: "50 anos em 5". Na contemporaneidade, por sua vez, o Brasil alcançou tal patamar moderno, entretanto, não isento de problemas, principalmente no que se refere à mobilidade urbana. Essa, embora deva assegurar o direito de ir e vir do cidadão, é acompanhada por uma crescente crise, reflexo de uma cultura nacional de valorização do transporte individual, bem como nos enormes deslocamentos populacionais aos postos de trabalho. É importante pontuar, de início, que o culto ao transporte individual motorizado em detrimento de modais coletivos é alimentado pelo "sonho americano" e pela Indústria Cultural, essa mostrando o automóvel como sinônimo de ostentação. Nesse contexto, é perceptível a elevada frota de carros nos centros urbanos, a exemplo da cidade de São Paulo, que sofre constantemente com engarrafamentos e poluição ambiental. Paralelamente, embora um incentivo maior ao uso do transporte coletivo seja visto como solução, esse tipo de modal ainda carece de investimentos, já que, a exemplo dos ônibus, muitos desses apresentam-se sucateados, inseguros e caros. Dessa forma, a mobilidade urbana é colocada em xeque e, portanto, medidas devem ser concretizadas. É fundamental designar, ainda, que o êxodo rural, historicamente, trouxe grande contingente de mão-de-obra para os centros urbanos. Nesse ínterim, com o afastamento dessa leva para as áreas periféricas e, concomitantemente, com a centralização econômica das cidades brasileiras, é notório os elevados deslocamentos diários feitos pela população (de casa para o trabalho e vice-versa), fato esse conhecido como migração pendular. Desse modo, além dos engarrafamentos e da poluição, a sociedade perde muito tempo nessa modalidade de migração, ocasionando, dessa maneira, no baixo rendimento laboral do cidadão, bem como em problemas de saúde, como o estresse. Por conseguinte, é imprescindível que o Governo Federal atue nessa problemática. Por meio do Ministério dos Transportes, pode investir no maior incentivo ao uso dos modais coletivos - ônibus, metrô -, renovando os já sucateados ônibus e aumentando a frota desses, além de construir mais estações de metrô, dando relevância, com isso, ao conforto e a segurança à população na utilização desses transportes. Soma-se a isso, a possibilidade do uso da bicicleta como transporte, enfatizando a construção de ciclovias. Outrossim, o poder municipal pode colaborar com a descentralização econômica das cidades, freando o processo de migração pendular e proporcionando ao cidadão exercer sua atividade laboral perto de sua moradia, evitando elevados deslocamentos e problemas de saúde. Assim, poderá ser visto futuramente "cidades inteligentes".