Estresse, irritação e cansaço são algumas palavras que podem descrever a rotina de milhões de brasileiros que se locomovem todos os dias seja para o trabalho, para a faculdade ou para casa. A situação caótica enfrentada no país piorou nos últimos vinte anos, em grande parte pelo grande aumento de veículos individuais em todo Brasil. Diante dessa situação é patente uma grande demanda da sociedade para a solução desse problema, haja vista que além de tempo e paciência, calcula-se que bilhões de reais são perdidos todos os dias por conta dos enormes congestionamentos diários nas grandes e médias cidades. Segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), no Brasil os ônibus realizam 87% das viagens por transporte público e transportam 70% dos brasileiros. Tal dado mostra a importância que o transporte desempenha para a mobilidade urbana no país. Essa dependência remonta a década de 20, durante o governo de Washington Luiz chamado de “estradeiro”, devido ao seu lema de campanha “governar é abrir estradas”. Desde então a maioria dos recursos despendidos em locomobilidade urbana têm sido direcionados ao setor rodoviário, o que denota no mínimo falta de visão estratégica por parte do governo federal, já que o Brasil possui hoje um enorme potencial de transportes alternativos ao transporte feito hoje por estradas. Entre os transportes economicamente e ecologicamente mais viáveis estão o transporte aquaviário, o ferroviário e o cicloviário. A tendência mundial é o crescimento destes três tipos de transportes em substituição a estagnação e alto custo dos transportes feitos por meio das rodovias. O Brasil precisa reinventar-se no que tange a mobilidade urbana e seguir as novas tendências para continuar crescendo sustentavelmente, caso o contrário aconteça em breve o país pode ter que enfrentar um colapso logístico por causa do crescimento do aglomerado de automóveis nas cidades. Tendo em vista os fatos apresentados faz-se necessária a intervenção imediata do governo federal por meio de políticas que tencionem investir em meios de transporte alternativos ao rodoviário. A criação de ciclovias e ciclofaixas são medidas que tem surtido efeito em grandes centros urbanos como Paris e Amsterdã por exemplo. O investimento na reforma das malhas ferroviárias brasileiras e a construção de novas ferrovias são vitais para o crescimento do transporte ferroviário que é considerado o transporte de massa mais eficiente e apesar de estar presente nas grandes capitais é inexistente na maior parte do país. Outro transporte que tem grande importância é o aquaviário que têm o melhor custo-benefício, e maior potencial tendo em vista que o Brasil tem grande quantidade de rios, considerando isso é preciso que o governo por construa portos e por meio de subsídios incentive esse tipo de transporte. Adotando essas medidas será possível transformar as cidades brasileiras em ambientes mais sustentáveis, leves e agradáveis para se viver.