O Brasil é um dos países mais urbanizados do mundo. Cerca de 84% da população vive nas cidades e, com isso, também há um grande número de indivíduos transitando em automóveis nos centros urbanos. Devido a essa enorme demanda, o trânsito, muitas vezes, torna-se um cenário caótico de disputa entre carros, motos, ônibus e pedestres. Para tentar remediar as dificuldades, leis e construções de vias para bicicletas e de corredores para ônibus, por exemplo, vêm sendo implantados. Essa desordem instalada nas áreas urbanas afeta, não apenas o meio ambiente, mas também a saúde populacional. Isso ocorre porque a imensa quantidade de tempo dispendida em engarrafamentos e os gases liberados pelos motores geram estresse e prejudicam o sistema respiratório. A situação cria uma maior propensão para brigas no trânsito, assim como acidentes. Tal fato é lamentável, pois valida o dado das Organizações Unidas (ONU), segundo o qual a nação brasileira é a maior possuidora de mortes no tráfego da América do Sul. Sendo assim, a tão sonhada paz e o bem-estar populacional ficam distanciados da realidade. A fim de tentar resolver o quadro apresentado, a Lei 12.587 de 2012 estipulou que, no Brasil, municípios com mais de 20.000 habitantes precisariam ter elaborado, até 2015, seus Planos de Mobilidade Urbana para conseguirem receber recursos federais destinados ao setor. A legislação também estabelece como prioridade o transporte público coletivo. A medida do Governo Federal é relevante, porém deve ser dialogada com a população, tendo em vista que as, algumas vezes, elevadas tarifas de transporte público fazem a população optar pelo “sonho americano” do carro próprio. Com base nos argumentos apresentados, conclui-se que tanto as autoridades quanto as pessoas comuns precisam se unir na busca de soluções para a problemática. Nesse sentido, seria interessante a criação de “bairros multifuncionais”, ou seja, cada bairro seria equipado com serviços essenciais (cartórios, postos de saúde e escolas). A mudança visaria diminuir o fluxo de carros em direção aos centros das cidades, onde, frequentemente, há concentração dos setores importantes. Além disso, os municípios precisam exigir dos empreendimentos uma maior harmonia com as ruas, pois estacionamentos de prédios, por exemplo, se colocados em locais inadequados, fazem as vias ficarem mais estreitas e, como consequência, mais engarrafadas. Por mais, a sociedade tem o dever de respeitar pistas automotivas, ciclovias, faixas de pedestre e corredores de ônibus. Apenas assim, os problemas diários do “ir e vir” serão amenizados.