Falta de planejamento. Transporte público de péssima qualidade. Excesso de carros nas ruas. Poluição. Estresse. Baixa qualidade de vida. O processo de industrialização brasileira se iniciou na década de 30, atraindo diversas empresas, gerando oportunidades de empregos e direito a leis trabalhistas que não existiam no campo. O êxodo rural foi intensificado durante esse período, devido a busca por melhorias de vida e isso originou o que conhecemos como inchaço urbano. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 65% da população do Brasil utiliza transporte público nas grandes capitais. A maioria dos trabalhadores se enquadram no perfil de migrantes pendulares, que saem todos os dias da cidade onde residem para outra cidade em que trabalham ou estudam, percorrendo longas distâncias. Os transportes são extremamente desconfortáveis, caros, superlotados e não pontuais, tornando essa rotina exaustiva, não atraindo a população a utilizá-lo e forçando-os a comprar mais e mais carros. O uso do transporte coletivo é muito importante, devido à grande quantidade de pessoas que ele comporta, diminuindo o fluxo de carros nas ruas e avenidas da cidade, além disso, ameniza a quantia de gases poluentes que são liberados, já que um ônibus não polui tanto quanto quarenta carros juntos. Um dos problemas gerados pela falta de planejamento no processo de urbanização, é o congestionamento, que impossibilita a mobilidade, diminuindo a qualidade de vida, pois o motorista fica horas e horas preso no trânsito, acarretando estresse e outros problemas ligados à poluição. Segundo um estudo divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição atmosférica levou quase sete milhões de pessoas a óbito em 2012 e as principais causas são doenças cardíacas, acidente vascular cerebral (AVC), doenças respiratórias e até mesmo o câncer de pulmão. Os dados alarmantes dessa pesquisa, preocupa e evidencia a necessidade de uma mudança radical nos hábitos diários e rotineiros. O estresse, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atinge cerca de 90% da população do planeta e o estilo de vida contribui para o seu agravamento, que gera problemas intestinais, insônia e depressão, prejudicando o rendimento no trabalho. Em São Paulo, o prefeito Fernando Haddad, implementou a criação de ciclo faixas com o intuito de aumentar a fluidez dos automóveis e devido os inúmeros benefícios que andar bicicleta traz a saúde e ao meio ambiente. Apesar de uma parcela de paulistanos terem aderido essa prática, a fim de diminuir o tempo de viagem, falta estrutura, sinalização e manutenção, que aumenta o risco de acidentes desestimulando as pessoas a abraçarem essa causa. Há buracos, tampas de bueiros desniveladas em relação à rua, falta de semáforos e má educação dos motoristas, ademais, no ano de 2014, 47 pessoas morrem andando de bicicleta na capital paulista. De fato, tem sido criado medidas a fim de incentivar a população a utilizarem transportes sustentáveis, como é o caso dos projetos Bike Rio e Ciclo Sampa, que oferecem bicicletas para a população se locomover na cidade, porém, não tem sido o suficiente, o número de carros tem crescido progressivamente e os problemas de mobilidade tem se intensificado. É de suma importância que o Governo invista em melhorias nas ciclovias, afim de aumentar sua segurança, pois é algo primordial, além disso, crie leis que paguem as pessoas que utilizarem a bicicleta para trabalhar e estudar. As empresas ao criarem bicicletários com vestiários e chuveiros, estimulará o uso desse transporte, além de criar folgas para beneficiar aqueles que aderirem seu uso. Todo esse conjunto diminui o estresse causado pelo trânsito que atrapalha diretamente a produtividade do trabalhador. É dever do Estado investir nos transportes coletivos, aumentando a linha ferroviária e a frota de ônibus, a fim de amenizar o fluxo de pessoas. Além de investir no conforto para os passageiros, como ar condicionado, poltronas e segurança.