A mobilidade urbana consiste na facilidade de locomoção nas cidades pela população. O princípio, pautado em um direito constitucional, quando não viabilizado, além de promover uma segregação espacial, afeta a saúde e o bem-estar dos indivíduos e do ambiente. É nesse contexto de crise modal que se encontram muitas cidades do Brasil atualmente, o que evidência a necessidade de atitudes emergenciais e planos a longo prazo no sistema urbano do país. A grande frota de veículos no Brasil têm como causa o aumento do poder aquisitivo do brasileiro nos últimos anos e às políticas públicas de facilidade de crédito. Além disso, o histórico rodoviarista do país e a falta de incentivos a diversificação do sistema de transporte, fomentaram a atual realidade. Como consequência, desenvolveu-se o caráter individualista da sociedade, o que reforçou a associação do automóvel como símbolo de desenvolvimento e status econômico e social. A partir disso, centros urbanos como São Paulo têm o trânsito e a poluição gerada pelos carros como um dos problemas mais evidentes e críticos. A conturbação entre as cidades e as desigualdades de recursos ofertados por essas contribuem com a formação de cidades satélites. Essas atraem diariamente um grande contingente populacional, caracterizando a migração pendular. Por conseguinte, a grande circulação de pessoas e a carência de transportes públicos de qualidade implicam no aumento caótico do trânsito. Em virtude disso, pessoas deixam de frequentar lugares e de usufruir de forma plena da cidade. Além disso, as horas gastas com deslocamento provocam estresse e afetam o bem-estar da população. Para garantir a remediação dos atuais problemas no trânsito os Governos Estaduais devem ofertar benefícios àqueles que se dispuserem a utilizar os automóveis de forma conjunta. À longo prazo, deve investir numa dinamização do sistema de transportes, garantindo ônibus e metrôs de qualidade. Ademais, como incentivo ao uso do transporte coletivo, deve aumentar os pedágios na cidade para os carros. Paralelamente, a mídia deve criar campanhas de motivação ao uso de transportes alternativos e limpos como bicicletas. Ao mesmo tempo, empresas privadas devem ofertar bônus financeiro aos funcionários que aderirem ao uso desses modais alternativos.