A industrialização tardia do Brasil provocou mudanças na configuração das cidades. Se antes os aglomerados urbanos conviviam apenas com charretes, agora são forçados a comportar veículos como carros e caminhões, sem que houvesse nenhum planejamento urbano anterior. Com o visível caos de mobilidade, novas alternativas entram na cartela de opções dos prefeitos de megacidades. Veículo criado no século XIX, a bicicleta foi introduzida como um simples brinquedo para crianças da França que moravam em regiões montanhosas. Passados dois séculos, começa a ser introduzida como um meio de transporte alternativo, que alia saúde a mobilidade. No entanto, a falta de interesse do poder público aliada a insegurança de se andar nas ruas de grandes metrópoles, fez com que o uso da bicicleta ficasse restrito a trajetos curtos e em bairros considerados mais "nobres". É visível o incomodo que a bicicleta gera a motoristas de carro, e não são raros acidentes (por vezes, fatais) decorrentes de colisões. A falta de ciclovias e ciclofaixas em grandes metrópoles é um desestimulante, pois segundo o Código Brasileiro de Trânsito, a bicicleta deve obedecer às mesmas regras que automóveis, o que significa trafegar no meio de veículos, e esse fato por vezes gera o medo de utilizar a bicicleta para movimentos pendulares (ir e voltar ao trabalho ou escola). Para que o uso das bicicletas seja estimulado, cabe aos governos municipais, em parceria com secretarias responsáveis, atuar no aumento da malha de ciclovias. Isso será feito em conjunto com estudiosos do meio, para que haja a criação de vias seguras, e que não atrapalhem na circulação geral de pedestres e veículos. Desse modo, o uso da bicicleta será incentivado e poderemos desafogar o caos da mobilidade urbana.