O processo desordenado de urbanização no Brasil impulsionou o surgimento de novas cidades sem estrutura. Tal falta de planejamento trouxe consequências, que foram crescentes ao decorrer do tempo, por exemplo, a desigualdade social. No contexto contemporâneo, encontra-se a divisão clara das classes sociais em vários aspectos do cotidiano da população, o que vem mudando a maneira como a sociedade se relaciona. Convêm destacar, primeiramente, que existe cada vez mais uma supervalorização do ter em detrimento do ser, então torna-se comum escolher opções que demonstrem status de boa condição financeira. Na vida social, estar em ambientes comuns à todos não é uma ideia interessante. Surgem então festas com alto valor de entrada, restaurantes com preços elevados e camarotes em todos os lugares com o intuito de selecionar o público dos ambientes. Em contrapartida, os setores básicos da sociedade não seguem o mesmo raciocínio. Apesar do pensamento superficial do século XXI, há uma disparidade muito grande entre os serviços públicos e privados. As escolas e hospitais, por exemplo, não possuem os mesmos padrões. Diante de uma oferta de serviços de baixa qualidade, nesse aspecto não resta opção, os direitos essenciais de cidadania são melhores garantidos aos que podem pagar. Portanto, atualmente, não se pode esperar que pessoas de classes sociais diferentes se comuniquem. Para isso é preciso que haja um comprometimento maior do governo na mudança das estruturas dos serviços básicos, para que estes sejam democráticos, e assim, ao oferecer oportunidades igualitárias, esperar uma nova visão de valores.