Com o fim da Guerra Fria e o advento das revoluções industriais, o Brasil, assim como outros países, adotou o capitalismo como o sistema econômico vigente, desde então as pessoas passaram a respirar consumo e atribuir grande importância ao status o que culminou em consequências mais sérias referentes ao social e ao espacial: a segregação e a desigualdade. A segregação social é um problema que perpassa séculos da história, até porque uma das características da sociedade dos séculos XVII e XIX era possuir um caráter acentuadamente hierárquico. Nobres, senhores de engenho, clero, burguesia, sempre deram prioridade ao ter, ao poder e abusavam disto. Os tempos passaram, mas pouca coisa mudou, o pensamento ao invés de progrediu, regrediu e através do aumento das disparidades sociais percebe-se que os valores se inverteram e o ter tomou o lugar do ser. O termo "camarotização" diz respeito a uma separação física entre diferentes elementos condicionada normalmente pela situação econômica. Este é evidentemente um fator presente nas relações sociais e espaciais brasileiras visto que a conquista por status se tornou o objetivo da grande maioria e já que segundo o sociólogo Max Weber o status é uma qualidade de honra social que condiciona os indivíduos a um modo de vida específico, esse ideal viralizou e se faz presente em grande parte dos locais públicos, tais como estádios, festas, aviões e hospitais, acentuando a desigualdade.. O brasil assume uma posição de país democrático, entretanto a democracia, mesmo não representando a igualdade perfeita, exige que os cidadão compartilhem de uma vida comum e a realidade social atual contradiz os ideias democráticos. Para fazer jus a tais ideais faz-se necessária a existência de uma unidade de planejamento urbano dinamizando o bem estar da população e buscando a transformação espacial necessária, trabalhando em paralelo com políticas voltadas a integração social em prol de uma convivência mais harmônica em sociedade.