Título da redação:

Segregação socio-cultural

Proposta: A “Camarotização” da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia

Redação enviada em 01/09/2015

Durante séculos, a desigualdade fixou-se como elemento transformador da constituição social brasileira. Nos primórdios do ciclo da cana de açúcar, a distinção entre senhores e escravos revelava que as diferenças existentes, como herança e cor da pele, eram o estopim para que alguns fossem vistos como superiores, enquanto outros como inferiores. A situação reflete o passado no presente e demonstra que, cada vez mais, a segregação das classes sociais torna-se prepotente na vida cotidiana brasileira. Quando a democracia foi instaurada no Brasil, seus objetivos visavam aos direitos humanos igualmente distribuído entre os cidadãos, incluindo o compartilhamento de vida social. Consequentemente, a segregação dos estratos sociais afeta a todos os setores e ambientes (festas, estádios de futebol e escolas), confrontando, indiretamente, o sociólogo Karl Marx, cuja teoria relatava que a separação de classes limitaria-se ao processo de industrialização e de desenvolvimento do capitalismo. Na atual classificação das classes - alta, média e baixa -, as últimas apresentam uma maior porcentagem de divisão social, sendo que a classe "A" irá sofrer, com o passar do tempo, uma significativa redução. Desse modo, os espaços exclusivos em ambientes públicos aumentarão em quantidade e os atuais empecilhos urbanos, como a segregação socioespacial, serão o novo cenário da vida brasileira. Paralelamente, a falta de socialização está resultando na perda cultural que é transmitida durante o contato com pessoas de classes sociais distintas, provocando, além da separação física, também a separação intelectual, corroborando à "camarotização" da sociedade. Portanto, a ação governamental que propicie melhoras nas condições de vida das classes mais baixas, como moradia e estabilidade, promoverá a ascensão social, garantindo uma alteração nos níveis de distinção, os quais estão, atualmente, elevados. Além disso, aprender a conviver com as diferenças resultará no enriquecimento pessoal e evitará a acessibilidade privada em locais públicos, permitindo um maior fluxo de informações e politicamente, aderindo, dessa forma, aos direitos impostos pela democracia.