Título da redação:

Crescendo nas ruas

Proposta: A “Camarotização” da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia

Redação enviada em 25/09/2018

Ao analisar o pensamento do sociólogo, Zygmunt Bauman, é possível depreender de suas ideias um principal conceito, a modernidade líquida, que de acordo com o estudioso, significa que atualmente a sociedade vive um período em que o coletivo perdeu o espaço para o individual, o que levou, desse modo, o ser humano a se tonar mais individualista e insensível. Assim, apesar de o número de crianças morando na rua aumentar progressivamente, cada vez menos a sociedade se compadece com essa situação, o que gera um aumento, cada vez maior, no número dessa população marginalizada, sendo assim um problema social, que precisa urgentemente ser solucionado. Segundo dados divulgados pela Campanha Nacional Criança Não é de Rua, há atualmente em torno de 21 mil crianças indigentes, que de acordo com a ONG Visão de Mundo, 37% fogem de casa por terem sofrido violência doméstica. Assim, é possível concluir, que muitos menores, em uma tentativa desesperada, abandonam seus lares para buscar uma condição de vida melhor e escapar das agressões sofridas pelos seus familiares. Contudo, ao irem para a rua, essas crianças acabam sendo alvos de violência sexual, física e emocional. Desse modo, pela falha na fiscalização e atenção de agentes governamentais para interceptarem a violência doméstica sofrida por essas crianças, estas acabam fugindo de suas casas, sem perceber que continuarão sendo focos de agressão. No livro Capitães de Areia, do escritor Jorge Amado, é contada a história de um grupo de crianças abandonadas, que ao tentar sobreviver, acabam roubando e se tornando usuários de bebida alcoólica e cigarro. Infelizmente, essa é a realidade de muitas crianças que ao se tornarem moradores de rua, acabam tendo o crime e a prostituição como uma de suas poucas opções para suprir suas necessidades básicas. Ademais ao estarem nas ruas acabam ficando mais suscetíveis a usar drogas, bebidas alcoólicas e cigarro. Ou seja, ao ir para a rua, esses menores se tornam propensos a se tornarem criminosos e viciados em drogas, fazendo as cidades ficarem ainda mais perigosas. Conforme a Declaração Universal dos Direitos da Criança, proclamada pela UNICEF, toda criança tem certos direitos que não devem ser desrespeitados, entre esses, direito à alimentação, moradia e saúde adequados, e proteção de seu desenvolvimento físico e mental. Desse modo, sendo responsabilidade do Estado respeitar e assegurar tais direitos, assim, sendo seu dever, através do Ministério dos Direitos Humanos, promover a ampliação da Campanha Nacional Criança Não é de Rua, reinserindo os jovens na comunidade; além, por meio do Ministério da Educação, psicólogos nas escolas, com a finalidade de poder interceptar os problemas familiares e pessoais desses jovens, dando a assistência necessária.