Título da redação:

Convívio e desenvolvimento: Diretamente proporcionais

Proposta: A “Camarotização” da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia

Redação enviada em 13/05/2015

O rico viaja de primeira classe, o pobre viaja pela econômica. Essa separação de espaço físico entre duas classes e compreensível apenas quando tal atitude parte da iniciativa privada – local em que o empresário possui autonomia sobre a sua propriedade e negócio. No entanto, a segregação econômico-social invadiu o espaço público. O Estádio do Pacaembu, por exemplo, separa o seu público por poder aquisitivo: enquanto alguns privilegiados assistem eventos com ar-condicionado, o “povão” acompanha tudo embaixo de chuva. Esse tipo de “camarotização” nos revela uma triste realidade de uma sociedade desigual, que gera diversos problemas. Pessoas carentes enviam os seus filhos para escolas gratuitas onde pouco se ensina, ao mesmo tempo, a filha do político entra em um colégio de qualidade, porém muito caro. É evidente que os estudantes cujo aprendizado escolar foi melhor, terão mais oportunidades de serem bem-sucedidos em suas vidas. Impossibilitar as classes C – para baixo – o acesso de uma vida digna, educação, saúde e oportunidades mais igualitárias, abre portas para graves consequências – desde o preconceito à criminalidade – e é por isso, que esse grande espaçamento entre ricos e pobres, deve sucumbir. Para isso, a intervenção do Estado torna-se inevitável. Como a Hillary Clinton disse: “Devemos parar de pensar no indivíduo e começar a pensar sobre o que é melhor para a sociedade”. A “camarotização” no Brasil é tão “gritante”, que a palavra público ganhou sinônimo de ruim. Transporte público é de péssima qualidade. A maioria das escolas e hospitais públicos? Um caos. No entanto, ao observarmos o restante do mundo, notamos que é possível unir a sociedade em um mesmo espaço, e simultaneamente agradar a todos, por meio de bons serviços gratuitos, não havendo necessidade de pobres e ricos viverem em mundos distintos. Mais de 95% da população da Finlândia segue o ensino fornecido pelo Estado. O padeiro em Nova York divide o metrô com os astros de Hollywood. Sendo assim, está na hora da sétima maior economia do mundo começar a agir para alcançar esses patamares também. Portanto, fica claro que a nação brasileira necessita de diversas reformas administrativas para diminuir inúmeras desigualdades. Os patrões e empregados, só dividirão o mesmo espaço e serviços quando estes forem públicos e de alta qualidade – superando aqueles oferecidos pelo mercado privado. E isso precisa ser feito com seriedade e investimento por parte do governo. Para tais reformas acontecerem, não é necessário a criação de modelos novos, de saúde, educação ou transporte. Mas, é fundamental que nos espelhemos em exemplos que deram certo em outros países. Dessa maneira, é fácil perceber que quanto maior for o convívio de um povo, mais desenvolvida será a nação.