Título da redação:

Caminhos para o fim do assédio sexual

Proposta: A “Camarotização” da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia

Redação enviada em 09/04/2018

É indiscutível que a sociedade brasileira é majoritariamente machista e patriarcal desde sua fase colonial, e por isso preserva e valoriza comportamentos sociais que desqualificam ou preterem o sexo feminino. Diante deste cenário, que insiste na negação aos direitos do ser humano à dignidade e à liberdade, surge a necessidade de se examinar a questão do assédio sexual e suas consequências para a mulher. Sabe-se que o Código Penal Brasileiro prevê o seguinte: “O assédio caracteriza-se por constrangimentos e ameaças com a finalidade de obter favores sexuais feita por alguém de posição superior à vítima”. Além disso, é considerado como uma forma de violência contra mulheres e tratamento discriminatório. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), esse crime está intrinsecamente ligado aos detentores do poder e mantém força nas sociedades as quais os homens ainda entendem que a mulher possui papel inferior devido as suas condições físicas geralmente mais fracas. Dessa forma é preciso que a sociedade reflita sobre a representatividade existente em 83% de mulheres, conforme pesquisa do Instituto YouGov, que são assediadas e se sentem constrangidas, demonstrando que esse ato precisa ser extinto. Além disso, o assédio sexual se reflete em comentários de cunho sexual, elogios inoportunos, brincadeiras em hora inadequada, convites invasivos, toques ou tentativas de intimidade, todas ações realizadas constantemente e diariamente. Todas essas ações são somatizadas pelas vítimas que apresentam problemas psicológicos como depressão, crises de ansiedade e estresses pós-traumático. Somado a esses transtornos mentais, as vítimas costumam se tornar pessoas mais introspectivas e inseguras, responsabilizando-se pela atitude do agressor. Como se vê, a sociedade precisa intervir nesse mal que persiste assombrando as mulheres nas diversas classes sociais, pois o assédio sexual é fruto da educação cultural do povo que precisa mudar esse dogma na qual se supõe que alguém é superior por seu sexo ou posição social. Destarte, é imprescindível que o Ministério de Segurança Pública em conjunto os sindicatos de trabalhadores e empresários da iniciativa privada estimulem a ministração de palestras sobre o assédio sexual e as consequências dessa prática para ambos, agressor e agredido, por psicólogos e profissionais da área do direito nas escolas, faculdades e empresas estatais ou privadas, orientando as mulheres e os demais envolvidos a denunciar esse crime.