Título da redação:

Amálgama de percalços

Proposta: A “Camarotização” da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia

Redação enviada em 12/09/2017

Segundo Karl Marx, sociólogo estruturalista francês, “fator patológico” é aquele que prejudica o convívio social e destoa da “consciência coletiva”. Analogamente, na atual conjuntura, é possível notarmos a formação de uma sociedade composta por indivíduos que deturpam os valores, direitos e particularidades de outros grupos minoritários, causando a estigmatização, ridicularização e opressão deles, camufladas de “brincadeiras humorísticas” fora do tom. A Carta Magna brasileira assegura aos cidadãos uma série de direitos e deveres, sobretudo o direito constitucional da liberdade de expressão, que em tempos ditatoriais foram cessados a população. Contudo, é imprescindível que saibamos alinhar os nossos ” benéficos” com a nossa função social, pois aquele indivíduo que fomenta o preconceito social, por meio de piadas ou abordagens grosseiras e errôneas sobre determinado grupo étnico, religioso e regional , termina por solapar a existência de uma vida civilizada, lançando a sociedade num constante conflito hegemônico, isso resulta na aparição de um amálgama de percalços. No ano de 2013, a revista norte-americana “Newsweek”, publicou um relato sobre uma enfermeira que se suicidou após um “entretenimento” de apresentadores de um programa de televisão que anunciavam, que ela seria demitida e perderia suas credenciais por descuidos no tratamento obstétrico da Duquesa de Cambridge, Kate Middleton. Essa atitude, é oriunda de pessoas que não sabem limitar o humor, fruto da ausência de uma educação politizadora e da sensibilidade com a causa alheia. Assim como dizia O filósofo prussiano Immanuel kant, “o ser humano é aquilo que a educação faz dele”. Logo, é possível se ter humor diante de tantos imbróglios sociais, desde que haja a ponderação e o equilíbrio ao se referir ao próximo. Portanto, para alcançarmos o limite entre o humor, a liberdade de expressão sem resultar na ofensa, é “sine qua non” que os indivíduos recebam uma educação de caráter politizador, que é o ponto nevrálgico desse processo, valorizando e capacitando professores e pedagogos, no intuito de formar cidadão comprometidos em garantir o bem-estar da sociedade como um todo, sem espaços para intolerância, preconceitos, entre outros. Também é vital, a atuação de ONGs como APAE (Associação de Pais e Alunos Excepcionais), juntamente com a família e amigos, realizem projetos e campanhas, cuja finalidade seja promover a consciência coletiva, visto que, só há humor agressivo no Brasil, porque existe público para isso. É preciso “erradicarmos” esse tipo de humor hostil, pois uma sociedade só muda se cada cidadão influir nesse processo.