Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A banalização do diagnóstico de TDAH

Redação enviada em 01/09/2018

Velocidade na era da informação. Impulsividade. Distrações. Na sociedade globalizada, essa sequência é recorrente e agravante. Nos últimos anos, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade tornou-se mais conhecido pela população, de modo a aumentar os diagnósticos da doença. Com isso, surge a problemática do uso indevido de medicamentos, seja pela análise incerta sobre os possíveis sintomas, seja para obter melhor performance nas atividades que exigem maior esforço mental. É indubitável que a desatenção é um aspecto muito comum na percepção dos educadores. De acordo com Zorzi, a atenção é um componente essencial à aprendizagem, porém, o indivíduo está exposto a muitos estímulos sensoriais e ambientais que concorrem entre si, o que, por sua vez, o faz desviar-se facilmente da situação de foco. Diante disso, é importante diferenciar o TDAH, causado por razões orgânicas, da manifestação de desatenção. Distrair-se com facilidade não é um fator crucial para ser portador do transtorno e, por essa razão, que o equívoco do diagnóstico tem incitado o consumo indevido de medicamentos. Os sintomas, no entanto, devem ser analisados com cautela a partir da história de vida, rotina e ambiente em que o sujeito estiver inserido. De maneira análoga, o bombardeio mental que o excesso de estímulos oferece contribui para que o indivíduo faça uso de medicações a fim de melhorar o rendimento cerebral. Assim, os sons, as imagens e os ruídos não irão ser um grande problema para o cumprimento de tarefas mentais indispensáveis. É por essa razão que o Brasil é o segundo maior consumidor de ritalina no mundo, e já existem recomendações nacionais e internacionais para prevenir a excessiva medicalização de crianças e adolescentes. Nesse contexto, o sujeito é consciente de que não possui o Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade, mas tem, no consumo do remédio, um subterfúgio para obter mais concentração e atingir os seus objetivos pessoais, sem considerar que alterações neurológicas sérias serão desencadeadas de modo a prejudicar as suas relações sociais. Pode-se perceber, portanto, que o diagnóstico impreciso ou o consumo de medicamentos sem orientação médica, poderá trazer problemas irreparáveis ao indivíduo. Entretanto, o Ministério da Saúde deve, através de congressos, orientar os profissionais a serem mais cuidadosos quanto ao diagnóstico, a fim de não incitar inutilmente o consumo da ritalina. Além disso, o Ministério da Educação deve conscientizar, através de projetos sociais, a respeito dos riscos de uso do medicamento e afins, despertando os jovens sobre o efeito contrário que poderá ser provocado. De mesmo modo, a mídia pode promover discussões que transmitam a importância do assunto, considerando que enquanto os remédios forem a solução para encarar a vida com mais seriedade, esses jovens não estarão no controle de suas próprias vidas.