Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: A banalização do diagnóstico de TDAH

Redação enviada em 12/02/2018

No desenho animado ‘’Ursinho Pooh’’, o personagem Tigrão, pelo fato de apresentar um comportamento animado e desastrado, foi apontado como sendo portador do Transtorno do Défict de Atenção com Hiperatividade. Hoje, no Brasil, segundo o portal Estadão, houve um aumento de 775% no consumo de Ritalina, medicamento utilizado no tratamento do problema destacado, e, em decorrência disso, especialistas alertam acerca da popularização da doença. Nesse contexto, é mister analisar alguns dos fatores que propiciam que essa disfunção se torne algo trivial a fim de combater tal banalização. Em primeiro plano, é importante destacar a dificuldade de diagnosticar a doença de forma correta. Por esse prisma, muitas escolas não possuem um ambiente adequado ao pleno desenvolvimento da criança e, muitas vezes, a ausência dos pais faz com que problemas emocionais criem ou acentuem problemas relacionados à hiperatividade e à falta de atenção nas crianças e jovens. Prova disso é a declaração do psicólogo Ronaldo Ferreira Ramos, diretor executivo da Associação Brasileira de Déficit de Atenção, que afirma que ‘’Momentos de desatenção podem ser um fruto de um conflito psicológico, não de um transtorno neurobiológico’’. Dessa maneira, o diagnóstico precipitado pode gerar ainda mais problemas para o indivíduo em tratamento tendo em vista que pode afetar de maneira negativa o funcionamento cerebral dessa pessoa. Além disso, de acordo com a psicóloga pesquisadora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) ,Denise Barros, “Houve um aumento da divulgação da doença e do número de pessoas que passaram a ter acesso ao tratamento, mas há outro fator importante, que é uma maior exigência social de administrar a atenção. Nesse viés, as necessidades intelectuais de realizar um prova de vestibular, manter um rotina de estudos exigente como no caso de estudantes de cursos difíceis tais como Engenharia e Medicina ou até mesmo melhorar a capacidade mental fazem com que pessoas recorram aos especialista com intuito de adquirir a receita e, com isso, adquirir a medicação. Dentro dessa lógica, o diagnóstico é feito com base nas necessidades, e não com base na disfunção em si, de algumas parcelas da população. Assim, portanto, medidas que visem lutar contra o quadro apresentado são urgentes. Com esse fim, as escolas, com as Secretarias Municipais e Estaduais de Educação, devem criar novas práticas pedagógicas, tais como aulas que incentivem o contato dos estudantes com o ar livre e se exercitem sob a tutela de educadores físicos com a intenção de propiciar que essas crianças e jovens liberem energia e, com isso, sintam-se mais satisfeitas consigo mesmas. Em conjunto a isso, as ONGs voltadas à questão da saúde mental devem, usando as redes sociais como meio para mobilizar um grande número de pessoas, organizar protestos pacíficos com a intenção de alertar o Ministério da Saúde quanto à necessidade de desenvolver novos métodos para a avaliação de casos de TDAH e, desse modo, evitar o diagnóstico precipitado e baseado apenas em uma necessidade específica do paciente. Logo, pouco a pouco, a identificação desse distúrbio será mais assertiva e adequada.