As revoluções industriais ocorridas em séculos passados proporcionaram ao ser humano novas organizações em sociedade, que contribuíram para o "boom" populacional. Nesse contexto, surgem problemas sociais que interferem na vida dos cidadãos. Um claro exemplo dessa conjuntura são as doenças sexualmente transmissíveis(DST's) que, no Brasil, ocorre devido à péssima estrutura para tratamento, do preconceito inerente à cultura e da ausência de projetos de prevenção. Para ganhar a guerra contra as DST's é preciso primeiramente reconhecer quais os portadores da doença. Nesse sentido, o preconceito torna-se um grave empecilho. Assim, é frequente o número de contaminados que não realizam o exame diagnóstico, e quando o fazem, sonegam o resultado para a família, ignorando a necessidade do tratamento. Essa discriminação é, também, uma das causas para a prática de relações sexuais sem proteção, no qual o indivíduo confia no parceiro(a) e pode acabar se contaminando. Outro fator que colabora para a disseminação das doenças sexualmente transmissíveis é a escassa prevenção feita pelo Estado. Desse modo, o pequeno movimento de conscientização que ocorre no Brasil é insuficiente para um país com dimensões continentais. Tal situação acaba trazendo mais prejuízos para os cofres públicos, já que, segundo a OMS(Organização Mundial da Saúde) a doença da imunodeficiência(AIDS) e suas complicações respondem por aproximadamente 17% das perdas econômicas relacionadas ao binômio saúde/doença, fato este que dificulta o futuro tratamento. A precária estrutura dos centros de tratamento, bem como a falta de medicamentos e profissionais capacitados, são outros aspectos que contribuem para o atual quadro de morte por DST's. Assim, os pacientes infectados acabam desenvolvendo complicações ao longo do processo terapêutico ou indo a óbito. A gravidade dessa situação é expressa pela pesquisa do Ministério da Saúde, segundo a qual há 5,5 mortes devido à AIDS para cada 100 mil habitantes. Percebe-se, portanto, que a precária organização dos serviços e práticas de saúde e a discriminação existente na sociedade são elementos relacionados à existência da AIDS. Para contornar essa situação, é preciso que o Estado, em parceria com a mídia, desenvolva projetos direcionados principalmente ao público jovem, com a presença de informações que mostrem o perigo e a gravidade das DST's, e que também recomende o sexo seguro, evidenciando métodos de proteção. Ainda assim, é necessário que o Ministério da Saúde forneça medicamentos e profissionais capacitados para que ocorra o correto tratamento do doente, disponibilizando tais recursos em maior quantidade às regiões mais afetadas. Dessa forma, a batalha contra a AIDS seria vencida.