Título da redação:

AIDS: a inconveniente doença sorrateira

Proposta: A AIDS em questão no Brasil

Redação enviada em 05/09/2017

O HIV é um vírus transmitido, majoritariamente, via sexual, e ataca o sistema imunológico do indivíduo infectado, destruindo suas células de defesa, deixando seu organismo suscetível a doenças oportunistas e levando à manifestação da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). No Brasil, segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e AIDS (Unaids), o número de pessoas infectadas aumentou 3% entre 2010 e 2016, enquanto que a nível global, no mesmo período, essa taxa sofreu uma contração de 11%. À vista disso, para compreender e enfrentar essa realidade, faz-se necessário analisar tanto as políticas estatais quanto o comportamento social, sobretudo, dos jovens. É indubitável que as ações públicas e suas aplicações estão entre as causas do problema. Apesar do Sistema Único de Saúde (SUS) representar uma referência mundial entre os programas que proporcionam equidade no acesso à prevenção e ao tratamento de soropositivos, ainda há falhas que permitem a ocorrência de novas infecções. Faltam, por exemplo, campanhas governamentais direcionadas à população-chave, a qual é composta por grupos de pessoas estigmatizadas que, devido à maior vulnerabilidade social, concentram grande parte da epidemia, como os homens que fazem sexo com homens e as mulheres trans. Segundo o Ministério da Saúde, estas representam 30% e aqueles correspondem a 15% do total de casos de HIV positivos do Brasil. Outrossim, o filósofo Michael Foucault destaca a função educacional e disciplinar dos micropoderes, como as escolas, na sociedade. No entanto, grande parte dessas instituições, tratam o tema sexualidade com omissão e preconceito, o que compromete a educação sexual dos adolescentes e fomenta a crença fictícia de que a patologia está controlada e de que os tratamentos permitem uma vida sem complicações. Em decorrência disso, as relações sexuais, principalmente, entre os jovens, são iniciadas e praticadas, cada vez mais, de forma negligenciada e sem o uso de métodos preventivos, agravando o problema no Brasil. Urge, portanto, que o Ministério da Saúde proponha a campanha Dezembro Vermelho que, semelhante ao movimento Outubro Rosa, deve não só conferir maior visibilidade a doença, como também fomentar ações direcionadas, mormente, para a população-chave, no que tange à prevenção da contaminação por HIV, a exemplo da explicação sobre o uso correto de preservativos e sobre a importância do diagnóstico precoce para impedir a proliferação de novas infecções. Ademais, é imperativo ao Ministério da Educação adicionar a disciplina de Educação e Sexualidade na base curricular nacional, para instruir os jovens, por meio de aulas isentas de preconceito e capazes de explicitarem sobre como iniciar e como manter uma vida sexual saudável e de destacarem as DSTs, como a AIDS e seus efeitos colaterais, sejam os biológicos – náuseas e diarreias, sejam os sociais – discriminação.