Personalidades como Freddie Mercury, Renato Russo e Michel Foucault descaram-se não apenas pelas suas composições e obras, mas também por seus discursos sociais. Ao assumirem a infecção viral por HIV, tais ícones ampliaram o debate sobre o tema viabilizando a conscientização. Contudo, ainda que com trágicos exemplos mundiais, o crescente número de soropositivos é perpetuado devido ao tabu que reveste a orientação sexual e a crença de ‘’imunidade’’ assumida por quem desconhece a atuação do vírus. Em primeira análise, é preciso considerar o debate ideológico entre mídia e família tradicionais. Se por um lado, os meios de comunicação de massa incitam a vida sexual precoce, por outro lado famílias moldadas em valores religiosos e tradicionais retraem-se e preferem silenciar quando o assunto é pautado. Assim, devido a esses tabus jovens com pouco acesso informacional amadurecem revestidos de preconceito e desinformação quanto o sexo seguro, sendo estes passivos a infecção. Ademais, a banalização do sexo amplia o número de soropositivos devido ao descuido e despreocupação, A troca eventual de parceiros e, atrelado ao não uso ou utilização irregular de métodos contraceptivos facilita a propagação viral que, na maioria das vezes, é silenciosa e desconhecida por seu portador. Dessa forma, soropositivos anônimos se fecham a sua realidade por não realizar testes indicadores da doença convivendo lado a lado com a doença e o silêncio. É preciso, portanto, considerar que assim como o preconceito é uma ‘’doença’’ sua cura está na informação. Assim, cabe a Instituições de Ensino uma parceria com famílias de seus estudantes a fim de que se instruam os pais e reforce a importância do dialogo com os filhos. Ainda, é preciso que o Ministério da Saúde amplie sua área de atuação em parceria com hospitais regionais e municipais promovendo testes de HIV juntamente com o acompanhamento psicológico aos portadores. Assim, por meio dessas ações singulares teremos efeito plural sentido em toda coletividade.