Título da redação:

A AIDS no Brasil: controlada ou esquecida?

Proposta: A AIDS em questão no Brasil

Redação enviada em 16/10/2015

A AIDS no Brasil é um assunto esquecido. A mídia se cala e cria uma falsa ideia do controle da epidemia. Apesar de não existir a cura, o discurso que prevalece é de que hoje ninguém morre da AIDS. Essa afirmação traz duas reflexões: grande avanço no tratamento e possível displicência para a contaminação. Será preciso novos Cazuzas para alertar novamente toda a população? É preciso colocar novamente a AIDS em questão no Brasil para que possa reduzir seus efeitos. O sistema público brasileiro avançou no tratamento e diagnóstico da enfermidade. Existe ainda uma parcela que não sabe ser portadora do vírus, mas a busca é por reduzir esse marcador. A implantação de estratégias públicas como teste rápido, profilaxia pós-exposição e tratamento com os antirretrovirais reduziram em 13% a mortalidade na última década. Isso possibilita e reforça para os portadores desse vírus de que é possível ter uma vida normal, porém é preciso que o diagnóstico seja precoce para que o tratamento tenha sua efetividade. “O tempo não para” e por isso é preciso levar essa consciência para a sociedade. Em contrapartida, a incidência cresce 11% ao ano e a população jovem entre 15 e 24 anos lidera o ranking com risco 20 vezes maior nos jovens gays, travestis e prostitutas. Intitulado muitas vezes como “exagerado”, esses jovens quando não negligentes, são excluídos do acesso a estratégias de prevenção pelo preconceito e pelo estereótipo. Muitos acreditam nunca existir a possibilidade de contrair o vírus e para os que se preocupam, são esbarrados pela invisibilidade desses segmentos. É preciso quebrar essas barreiras, e além de aprender a voar como os pássaros, e nadar como os peixes, aprender a viver como irmãos de acordo com Martin Luther King. Dessa maneira, é preciso colocar a AIDS novamente em questão no Brasil. Ao Estado cabe aprimorar medidas de tratamento e aumentar investimento na prevenção educativa para toda população, com foco nos jovens. A mídia, através de outdoor, propagandas, novelas colocar esse tema e alertar a população do risco e consequências. Faz-se necessário que toda essa abordagem possua preocupação para mostrar a comunidade que todos são iguais e que o acesso é para todos, sem distinção. A primeira mudança precisa ser da sociedade. É preciso buscar esse entendimento igualitário “pro dia nascer feliz” e impedir o aparecimento de casos como o de Cazuza.