Muitos anos após a emergência da lei Maria da Penha, a violência contra a mulher e, principalmente a impunidade, podem ser vistas por todos os lados. Quem não conhece alguém que já foi vítima de "apenas um empurrãozinho" ou mesmo daqueles gritos estrondosos que causam tremores e temores? Em detrimento da expectativa de que não haverá reincidência, muitas vítimas deixam de denunciar e, não obstante, o agressor em potencial, protagoniza novas agressões, e a mulher, por sua vez, receosa da reação do agressor após uma denúncia se cala novamente e aí, vemos tantos casos de assassinato, agora denominados como feminicídio. Resta-nos identificar de onde nasce a violência presente no agressor; seria uma infância sofrida acompanhada por maus tratos, ou a saúde mental que não foi devidamente estruturada, ou mesmo a rotina cansativa do dia-a-dia que leva-o à "descontar nos outros"? É evidente que não podemos generalizar, mas esses são alguns dos fatores presentes no histórico de vida que desencadeiam comportamentos agressivos. Após identificar esses fatores, torna-se mais viável uma intervenção eficaz, uma vez que propiciaria intervir na causa e não nos sintomas (agressão). O fato é que a lei existe, as instituições de defesa também, porém, tudo isso foi instituído demasiadamente tarde diante dos históricos de violência e, então, criou-se uma desigualdade de gênero, uma barreira tão significativa que vai levar ainda, muitos anos de luta para uma ruptura total (pouco provável), visto que as sequelas deixadas pelo sexismo não serão apagadas da história da sociedade dita brasileira.