Devido ao fato de o direito de voto das mulheres ser relativamente recente no Brasil e no mundo, à entrada tardia delas ao mercado de trabalho e ao fato de a sociedade brasileira ser originalmente patriarcal, enraizou-se, na cultura do país, a ideia de que o sexo feminino é inferior ao masculino. É possível dizer, então, que a principal causa da violência contra a mulher no Brasil se deve a um preconceito. A mulher, muitas vezes, é atacada apenas por ser mulher. É passível de questionamento o porquê desse tipo de violência existir ainda hoje, no século XXI. O principal meio que difunde a ideia de superioridade masculina é a mídia, ao retratar, em filmes e novelas, homens de poder, não só econômico, mas, também, que se impõem dentro de suas casas e socialmente. Isso se assemelha à propaganda utilizada pelos nazistas, na Segunda Guerra Mundial, e pelos Estados Unidos, durante a Guerra Fria. Era a inserção de ideais, símbolos, personagens e até cores nos programas televisivos, a fim de, inconscientemente, influenciar o modo de pensar da população. A ideia de inferioridade feminina torna-se, então, justificativa para a violência, o que, novamente, remete ao nazismo. Por mais que existam delegacias especializadas em crimes contra a mulher e números telefônicos destinados exclusivamente a denúncias desses, muitas mulheres sentem-se inibidas a tomar atitudes, seja por medo de que seus agressores descubram e reajam de forma ainda mais violenta ou por vergonha da exposição de tal sofrimento à sociedade. O problema gerado por isso é a falta de incentivo às vítimas para que denunciem pessoas que cometem tais crimes. Ademais, houve um crescimento de movimentos feministas recentemente que, dentre outros, pedem pelo fim da violência e do preconceito contra a mulher. No entanto, clamam por isso de forma incoerente, ao realizarem manifestações violentas e até desrespeitosas. Isso pode gerar um efeito contrário ao desejado, uma vez que ações agressivas tendem a reações iguais ou piores. Em busca de solucionar o problema no Brasil, é necessário que medidas sejam tomadas. O governo federal deve abrir mais delegacias de mulher, em locais onde não existem. Deve, ainda, intensificar a fiscalização da Lei Maria da Penha, verificando a precisão dos julgamentos e o devido estabelecimento e cumprimento de penas. Já a mídia, deve atuar de forma a divulgar mais o problema, incentivar denúncias e buscar mudar a mentalidade brasileira em relação a isso, utilizando-se do poder que possui. Escolas de Ensino Médio podem promover ciclos de debates e palestras e inserção de temas transversais às aulas, como problemas da sociedade brasileira atual, a fim de formar jovens que atuem a favor da causa feminina, indo às ruas e protestando de forma coerente e pacífica. Cabe, ainda, à família educar os filhos, desde crianças, quanto ao respeito ao próximo, visando formar cidadãos de bem e evitar que, no futuro do país, tal problema exista.