Tema de extrema importância para a sociedade brasileira a violência contra a mulher, especificamente o feminicídio, oportunizam reflexões acerca de questões histórico-culturais e a falta de uma efetiva aplicabilidade das leis existentes no país. Diante de tais evidências, cabe avaliar de que modo a sociedade e o aparelho do Estado devem se posicionar para reverter essa situação tão aviltante para o Brasil, que degrada a todos. No que se refere às questões historico-culturais, é possível afirmar que a estrutura patriarcal, em que a mulher era subjugada pelo sexo masculino, contribuiu substancialmente para essa triste realidade. Infelizmente, ainda hoje, é possível verificar tal mentalidade, que resiste em aceitar a igualdade de gêneros. Constatada essa realidade, observa-se que, por quase cinco séculos, na sociedade brasileira, as mulheres tiveram os seus destinos decididos por pais e maridos, os quais eram os verdadeiros senhores de suas vontades. Ademais, somente a partir da Segunda Guerra Mundial, a emancipação feminina se tornou efetiva em âmbito global. Em relação a um maior rigor na aplicação das leis no país, vê-se que a sensação de impunidade favorece o cometimento de crimes considerados feminicídios. O Brasil tem em seu ordenamento jurídico leis, como a Maria da Penha para coibir todo e qualquer ato agressivo contra a mulher.Isso significa que o Estado deve atuar com maior rigidez na aplicabilidade da legislação atual, e não com medidas sócio-educativas, como a prestação de serviços. Outro aspecto negativo que contribui para a ocorrência desses crimes é a lentidão do poder judiciário em julgar os ilícitos contra a vida das mulheres, o que acaba provocando uma impressão de permissividade. Segundo o filósofo Jean-Paul Sartre, a violência, seja qual a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota. E nessa situação, é uma derrota covarde, pois, muitas vezes, quem comete o feminicídio é quem deveria proteger a vítima. Dessa forma, questões como histórico-culturais e a falta de rigor na aplicabilidade de leis existentes no país estão associadas a atos de violência contra a mulher no Brasil. Espera-se que o aparelho do Estado e o poder judiciário atuem de maneira mais célere e com maior rigor na punição dos culpados. Espera-se, também, que uma mídia mais responsável busque conscientizar a população, para a necessidade de se respeitar a integridade física e psicológica da mulher e, assim, promover a igualdade de gêneros na sociedade brasileira.