A questão da violência de gênero ainda é um tema a ser discutido amplamente, tendo em vista os números alarmantes apresentados sobre o numero de mulheres assassinadas no ultimo ano no pais. Esse número pode ser ainda mais assustador se levarmos em conta outras formas de violência como física, psicológica, patrimonial e sexual. Esse problema tem origem na visão arcaica de que a mulher deve ser vista como um objeto, e assim, passível de pertencer a alguém, e não como um sujeito de direitos e vontades, conferindo ao homem, o poder para decidir sobre seu corpo, e , as vezes, sobre sua vida ou morte. Dessa forma, a ação dos movimentos feministas que lutam por equidade de direitos entre os gêneros são uma importante conquista na conscientização de mulheres sobre seus direitos, empoderando-as, e fazendo que suas vozes- a maioria no pais, segundo o ultimo Censo-sejam ouvidas e seus direitos, respeitados. É preciso que entendamos, que os hábitos a serem mudados devem ser os dos agressores, e não das agredidas, pois isso seria vitimá-la duplamente. As ações desses grupos não permitem, ainda, que crimes sejam esquecidos, agindo como um incentivador da violência, exigindo uma atuação dos órgãos públicos, com a elaboração de propostas de proteção às vitimas de violências de gênero. Mas além de legislação mais rígida em casos de violência contra mulheres, será necessária uma mudança profunda na forma em que a sociedade enxerga a mulher. Não como um corpo a ser desejado apenas, mas como alguém que tem direito a ser respeitada em suas decisões. Da roupa que escolhe vestir-se aos lugares que quer frequentar, sem se preocupar se será atacada na próxima esquina. E que independente da roupa que escolha, ninguém deve se sentir a vontade para tocá-la. Essa mudança deve começar cedo, com a desconstrução de pensamentos que deixam a mulher numa situação de desvantagem, criando ambientes igualitários, onde todos tenham direitos e deveres independentes de sexo, abolindo a ideia de superioridade masculina. Dessa forma,afinal, será possível a construção de um pais onde haja igualdade de condições, direitos e deveres para ambos os sexos, favorecendo um ambiente de equidade para todos, com respeito e dignidade.