Ver o nome no listão dos aprovados em uma universidade pública é um dos maiores sonhos dos jovens brasileiros. A ânsia antes direcionada ao processo seletivo, agora é voltada para as expectativas do curso escolhido. O trote universitário, comum nas instituições públicas, é um dos primeiros contatos com a vida acadêmica, onde os calouros são recepcionados pelos alunos veteranos. Todavia, nem sempre as práticas do trote são sadias, o que nos leva a discutir a sua significância e os limites que lhe devem ser impostos. É importante para o calouro sentir-se acolhido nesta nova fase, que para muitos, corresponde ao início da vida adulta. Muitas vezes o jovem encontra-se longe da família e dos amigos, precisando da aceitação em um novo grupo, o que faz com que o trote, por tratar-se de um rito de iniciação em um grupo, seja muitas vezes esperado. Contudo, muitas vezes são noticiadas atitudes abusivas dos alunos veteranos, incluindo uso excessivo de bebidas alcoólicas, drogas, humilhação e diversos tipos de violência. Inclusive, já foram noticiados pela mídia casos de mortes decorrentes de atividades praticadas em trotes. Analisando os fatos, concluímos que trotes universitários podem sim ter viés positivo. O trote do bem, onde os calouros são estimulados a praticar ações de caridade e bem-estar social, já vem dando certo nas instituições em que foi implementado. Ações como essas, que preservem a integridade e a dignidade humana, precisam ser fortalecidas pelas universidades para que não se anarquize um momento tão importante para os novos universitários.