Ser aprovado em uma faculdade é o desejo de grande parte da população, é a concretização de uma dedicação árdua e que deve ser confraternizada. Os trotes, culturalmente tem essa função, porém, o que era para ser uma brincadeira comemorativa torna-se uma cultura machista e violenta, que é menosprezada pelas autoridades. O trote é um ritual tradicional no qual os veteranos recepcionam os calouros, aqueles que acabaram de ingressar na universidade. Todavia, as brincadeiras que deveriam ser saudáveis estão disseminando-se em forma de agressões físicas e morais, em que os calouros são obrigados a ingerir alta quantidade de bebida alcoólica, a mendigar dinheiro nos cruzamentos das cidades e as mulheres, principalmente, sujeitas a praticar relações sexuais com os veteranos , tornando-se assim, clara as configurações de um crime. O caso do calouro em Medicina na USP, Edsion Hsueh, morto durante um trote, é um caso raro em que houve punição, mesmo que injusta, já que os autores da barbaridade logo foram soltos e exercem a profissão tão sonhada por Edsion. Infelizmente, a grande parte desses abusos são abafados, o calouro agredido em muitos dos casos escondem o que aconteceu por vergonha, medo dos agressores ou até mesmo á “pedidos” de professores e coordenadores, que de forma incoerente buscam não “expor” o nome da instituição. Em suma, é imprescindível que essas brincadeiras sejam organizadas sob a supervisão da instituição de ensino, que deve impor limites para que a violência não ocorra e nem se espalhe a partir de um local que é formador de verdadeiros educandos. Os indivíduos que presenciarem ou sofrerem agressões, devem denunciar as autoridades cabíveis, responsáveis por investigar e punir adequadamente os infratores.