Título da redação:

Trotes, uma barbárie histórica

Tema de redação: Trotes universitários

Redação enviada em 29/04/2015

Diversas vezes os chamados ‘Trotes Universitários’ que deveriam ser um momento de comemoração tomaram conta das páginas policiais com agressões, humilhações e até mesmo mortes. A partir disso se acendem questões, até onde o trote é um rito de passagem e passa a ser um portal para a humilhação? Até onde podemos apoiar tal ‘comemoração’? Não é de hoje que trotes ocorrem pelo mundo a fora, em 1491, na Universidade de Heidelberg, na Alemanha, tais ´festividades´ já ocorriam. Segundo o professor da UFSCr Antônio Álvaro Soares Zuin os calouros tinham que comer fezes com alimentos, vinho com urina, e eram obrigados a fazer um juramento de que iriam fazer isso no próximo ano. O primeiro caso de morte em um trote no Brasil ocorreu em 1831 quando um estudante da Faculdade de Direito de Olinda não aceitou as humilhações impostas pelos seus veteranos e acabou por ser espancado pelos mesmos até a morte, é clara a visão de que os trotes violentos se arrastam desde os primórdios da chamada Educação de Nível Superior. As universidades também têm larga parcela de culpa pelos ocorridos, grande parte das instituições de ensino proíbem a realização dos trotes nos Campus, mas nada fazem para evitar o que ocorre fora de seus portões, a partir daí a barbárie se multiplica fora dos portões da universidade ao invés de ser reduzida. Com tantos casos de abusos, humilhações, agressões e mortes o fim dos Trotes acaba por ser a única saída desse impasse, infelizmente exemplos como o da cidade de Adamantina, onde o trote foi proibido, devem ser seguidos. Mais uma vez uma sociedade que faz pouco uso de valores éticos acaba por dar as caras e força a entrada da moral como única saída.