Título da redação:

Trotes: qual o limite entre diversão e abuso?

Tema de redação: Trotes universitários

Redação enviada em 15/08/2015

Segundo Hobbes, “o homem é lobo do próprio homem”. Esta afirmação aplica-se nos mais variados contextos, até dentro das universidades. Com frequência são divulgados em noticiários brincadeiras de recepção em instituições de ensino superior -os trotes- converterem-se em episódios de violência e humilhação. Desta forma, qual o ponto de equilíbrio para esse impasse? Esta tradicional prática, organizada por estudantes veteranos, tem recebido o reflexo de uma sociedade violenta e inconsequente. Calouros são obrigados a ingerir bebidas alcoólicas – e outras drogas também -, tem seus cabelos cortados e são submetidos a atividades quase sempre perigosas e/ou humilhantes. Os trotes que assim são caracterizados demonstram a sua nocividade através de seus saldos: alunos feridos, traumatizados e, em casos extremos, mortos. Desta forma, os discentes iniciam este novo ciclo estudantil com traumas físicos e psicológicos, uma vez que tais episódios causam marcas, algumas irreversíveis, na psique do educando. Além do mais, tais circunstâncias, podem induzi-lo a desistir do curso na universidade ou ainda ter o seu desempenho sócio-estudantil prejudicado. Então, será que a diversão de um grupo de alunos pode ser sustentada através da impressão de graves sequelas em outro grupo? Portanto, apesar da mensagem positiva de recepção proporcionada pelos trotes, àqueles que são nocivos à saúde física ou emocional do indivíduo devem ser erradicados, seja através da fiscalização das reitorias ou da conscientização dos alunos veteranos. Trotes sociais que interligam a solidariedade com o momento festivo da aprovação devem ser estimulados. Desta forma, será possível perpetuar estas tradicionais brincadeiras sem que hajam prejudicados ao término delas.