Na Idade Média, ao ingressar nos cursos das universidades europeias ,os novatos eram obrigados a retirar as roupas, que eram queimadas, e tinham seus cabelos raspados. Esse ritual de passagem recebeu o nome de trote universitário. Atualmente, essa pática sofreu algumas modificações, mas ainda vigora dentro das universidades brasileiras. O trote atual, se por um lado promove a integração social, por outro emprega técnicas e procedimentos extremamente abusivos. Ao ingressar na universidade os calouros esperam conseguir formar um novo círculo de amizade. Para que consigam se integrar com mais facilidade é indispensável a participação no trote. Entretanto, nesse ritual de passagem os calouros são submetidos pelos veteranos a práticas degradantes como: simular sexo oral com uma banana, nadar em piscinas com fezes e urina, consumir bebidas alcoólicas em excesso. São inúmeros os casos em que os calouros, que buscavam apenas a realização de novas amizades, são humilhados e também feridos gravemente. Como disse o professor do departamento de Educação da UFSCar, Antônio Zuin "O trote universitário é fundamentado numa prática de caráter sadomasoquista". Enquanto para os calouros o trote significa a possibilidade de se sentir integrado na vida universitária, para o veterano esse ritual de passagem trata-se de uma possibilidade de vingar a dor física e psicológica sofrida dentro na universidade. A cada temporada de matrícula o trote volta a ser exercido. Entretanto, diversas faculdades parecem se eximir das responsabilidades dessa prática. É necessário que as universidades passem a analisar o problema dessa prática. Não é necessário extingui-la, pois o trote também é um forma de integração social,mas é necessário modificá-la. Os trotes solidários, como a doação de sangue, visitação a asilos e orfanatos, devem substituir os trotes violentos. É igualmente importante que as empresas evitem contratar profissionais que um dia participaram dos trotes violentos. Somente dessa forma será possível evitar as consequências decorrentes dessa pática.