Título da redação:

Trote solidário, realidade plausível

Tema de redação: Trotes universitários

Redação enviada em 19/02/2015

A tradição de entrar na universidade e se tornar o famoso "bixo" dos veteranos vem de séculos e suas raízes datam da Idade Média, também conhecida por Idade das Trevas pela estagnação científica e pelas práticas de tortura do período. Herança da nossa colonização europeia, os trotes estão presentes em todas as universidades de nosso país, e representam não só a entrada do calouro em uma nova etapa científica de sua vida, mas também a oportunidade do veterano de melhorar sua autoestima ferida no ano anterior, se tornando um opressor garantido pela hedionda tradição que ali reina. Banhos de urina, posições de sexo constrangedoras e ingestão de álcool forçada são formas de barbáries comuns nesse contexto. Trata-se de colocar o novo estudante "em seu devido lugar". E o que as universidades dizem dos trotes? Absolutamente nada, e quando se pronunciam as palavras quase monossilábicas e inertes são "somos contra". Elas parecem simplesmente ignorar as práticas bárbaras que ali acontecem, seja pela liderança indiferente que ali rege ou por medo de tomar medidas e acarretar uma mudança drástica em seus campus. Em contra partida, é dever das mesmas universidades se pronunciarem contra, não proibindo-os, mas trabalhando neles para se moldar um trote cidadão, em que tradição se torna aliada de brincadeiras e práticas saudáveis. Medidas como incrementar na grade do primeiro ano aulas sobre cidadania e garantir aos alunos consultas periódicas com um psicólogo podem inverter a imagem do trote violento para a do trote solidário, tornando a entrada ao mundo acadêmico uma etapa a ser lembrada para o resto da vida.