Título da redação:

Trote: brutalidade justificável?

Tema de redação: Trotes universitários

Redação enviada em 10/03/2015

Grande parte dos jovens anseia o dia de sua aprovação no vestibular seja por cobrança da sociedade, dos pais ou, ainda, para realização pessoal, raspar os cabelos ou parte da sobrancelha faz parte dos rituais comemorativos. Ao ingressar, de fato, na universidade ainda é necessário passar por outro ritual, o trote. Porém, devido ao viés agressivo pode acarretar consequências graves em duas vertentes: física e psicológica. No que se refere às consequências físicas dos trotes violentos, que passam longe de ser um ritual de inserção social, os alunos recém-chegados ao ambiente acadêmico podem sofrer danos físicos temporários ou permanentes, dependendo do nível das brincadeiras, nada divertidas, adotadas pelos alunos veteranos, como o uso de substâncias corrosivas e instrumentos perfuro-cortante, além do uso abusivo do álcool que induz o risco de acidentes e danos irreparáveis. Outro fator a ser considerado é o risco de danos psicológicos, tendo em vista o abuso e a violência sexual sofrida pelos calouros. Alguns trotes, configurando uma abordagem extremamente agressiva, acabam sendo um pano de fundo para a execução de atos sexuais atrozes, que vão além dos danos físicos deixando marcas profundas através de danos psicológicos, por vezes, irreparáveis. Porém, além do viés sexual, qualquer outro tipo de violência utilizada durante a execução do “rito de passagem” pode se caracterizar como um evento traumático. Desta forma, é dever da universidade se posicionar contra os atos abusivos do trote, criar regras e aplica-las a fim de garantir a integridade biopsicossocial dos indivíduos. Além disso, pode ser estimulado o trote solidário que, além de promover a interação entre veteranos e calouros, ajuda instituições através das doações dos calouros, como fraldas e frascos coletores de leite materno para as maternidades, fraldas geriátricas para abrigos de idosos, cestas básicas e levantamento de fundos para instituições carentes, uma vez que é dever da universidade formar indivíduos comprometidos com a ética.