Relativo aos trotes universitários, é possível afirmar que teve surgimento na Idade Média. As faculdades européias em seus trotes, tinham como costume fazer com que os calouros se despissem, queimassem suas indumentárias e raspassem o cabelo, isso era aceito, pois era um ato de higiene, visto que naquela época a ideia era evitar a propagação de doenças. Hodiernamente, a prática de trotes é algo comum, uma vez que, trata-se da passagem da vida estudantil para a vida acadêmica. Porém, ao decorrer do tempo essa prática foi se tornando violenta. Nesse sentido, dois aspectos fazem-se relevantes: a omissão do poder público e a negligência das universidades. Tendo em vista, que houve uma modificação nos trotes, muitos calouros vem sendo vítimas. É valido ressaltar um caso que teve grande repercussão no ano de 1999, no qual um calouro de Medicina da USP, chamado Edson Tsung Chi Hshueh, foi pintado e levado para atlética, juntamente, com os outros calouros, foram jogados na piscina e o jovem veio a óbito. Infelizmente, nesse caso e em tantos outros, não houveram punições, pois, geralmente, o poder público arquiva os crimes, de forma que ficam impunes. Embora, existam leis contra crimes de injúria, constrangimento e lesão corporal, ainda não foi criada uma lei específica que criminalize trotes violentos e isso faz com que tais atos continuem. Segundo Jean Paul Sartre, " a violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta é sempre uma derrota". Apesar disso, há uma negligência da parte das universidades, visto que inúmeros calouros sofrem humilhações, bullying, estupros e etc, sem seu consentimento, fazendo com que passem por traumas psicológicos e físicos, quando não levam a morte. Algo que deveria ser motivo de celebração de um sonho se transforma em pesadelo. Mediante as dificuldades enfrentadas com a omissão do poder público e a negligência das universidades, possíveis medidas são necessárias para a erradicação do problema. Portanto, é imprescindível, que o Ministério do Poder Público, crie uma lei específica que criminalize as práticas de trotes violentos, para punir os veteranos agressores. Ademais, as universidades devem acompanhar e promover trotes solidários como: doação de sangue, brinquedos, alimentos e roupas, a fim de humanizar calouros e veteranos, como já é feito na Unicamp.