O trote consiste em atividades e brincadeiras realizadas entre velhos e novos estudantes universitários. As atividades vão desde pintar o rosto do novo aluno - o “calouro” – até a realização de ações beneficentes, como doação de sangue e arrecadação de alimentos. Nesse sentido, o trote universitário se mostra uma forma interessante de integrar os estudantes ao ambiente universitário , assim como de dá-los boas-vindas, entretanto, às vezes ele pode tornar-se perigoso e desagradável, assim, sua problematização e discussão são necessárias. O trote como meio de integração social e inserção na vida universitária. Por mais simples que sejam (geralmente), as atividades e brincadeiras entre veterano e calouro permitem que o aluno recém chegado possa adaptar-se ao ambiente no qual passará boa parte de sua juventude, na em medida que também o possibilita conhecer novas pessoas e fazer amizades. Dessa maneira, a tensão, apreensão e medo sentidos por estar em um novo ambiente repleto de desconhecidos vão, aos poucos, desaparecendo e o discente sente-se preparado para enfrentar a nova rotina. Por outro lado, em determinadas circunstâncias o trote pode ganhar um caráter negativo. Seja por irresponsabilidade, necessidade de sentir-se no controle ou respeitado, alguns veteranos extrapolam os limites da liberdade e realizam atividades vexatórias e humilhantes contra os novos estudantes, causando vergonha e intimidação a estes. Nesses casos, o papel de socializar e de integrar o discente ao ambiente educacional é perdido, sendo preciso, então, iniciativas que ponham fim a casos que infringem a liberdade, dignidade e respeito do outro. Dessa forma, ações pró-ativas são necessárias para que o trote cumpra sua função socializante e não seja utilizado como forma de humilhação e opressão. Para isso, o governo deve, por meio do MEC, criar campanhas de rádio e televisão que visem conscientizar os já universitários – e também aqueles que ainda irão ingressar na faculdade – acerca dos impactos positivos e negativos que o trote é capaz de exercer sobre uma pessoa, sendo necessário ter cautela. Além disso, as universidades precisam trabalhar em conjunto com os estudantes na elaboração das atividades a serem realizadas no dia do trote, pois desse modo haverá o controle do que será feito e, em consequência, os casos indesejáveis poderão ser evitados. Contudo, também deve haver punição para aqueles que não respeitam os seus novos colegas, a qual deverá ser aplicada através de medidas socioeducativas proporcionais à transgressão. Logo, os trotes universitários possuem um grande potencial de socializar e de inserir os jovens na vida acadêmica, sendo, assim, necessário que eles sejam discutidos e tratados de forma a beneficiar toda a classe estudantil.