O trote universitário é uma espécie de “ritual de passagem” do calouro da vida estudantil para a universidade, na maior parte das vezes repleto de atos de zombaria, violência e humilhação. A pretexto de promover a integração entre calouros e veteranos por meio do companheirismo, o trote é marcado pela violência física e moral, baseada na agressão e na humilhação. Raspar a cabeça dos calouros, sujá-los com tinta e fazê-los dançar ou andar de mãos dadas parece ser inofensivo. E é, desde que seja opcional. Ou seja, o calouro só participa se quiser. Mas, infelizmente, essa não é a realidade. O que vemos é a participação compulsória desses jovens que, acuados, temem represálias dos veteranos caso se recusem a ser “trotados”. O álcool é constante nesses rituais, nos quais os novatos são forçados a ingerir cerveja, uísque, entre outras bebidas, até ficarem completamente bêbados. Casos como o da Universidade de São paulo (USP) onde o estudante Edson Tsung Chi Hsueh que morreu afogado na piscina da Universidade e na Escola Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), também em São Paulo, onde um estudante foi agredido e teve ossos do nariz e do rosto quebrados são exemplos de atos covardes que fazem parte das realidades de algumas universidades brasileiras. Muitos dos oprimidos ficam tão traumatizados a ponto de desistirem de entrar na universidade. Enfim, para evitar abusos em trotes, é necessário que as instituições de ensino juntamente com o governo, devem impor severas punições para qualquer tipo de violência nos trotes e os organizadores desse tipo de evento também devem ser responsabilizados, gerando punição administrativa dos veteranos com suspensões e até expulsões. Além disso, a recepção aos calouros deve ser obrigatoriamente monitorada pela polícia, só assim esse problema poderá ser sanado.