Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Trotes universitários

Redação enviada em 01/09/2018

De acordo com o artigo primeiro da Constituição Federal de 1988, um dos fundamentos da República Federativa do Brasil é a dignidade da pessoa humana. Entretanto, os trotes praticados nas universidades do país evidenciam que a garantia prevista no dispositivo legal não está sendo cumprida. Nesse contexto, os dilemas que envolvem esse processo ocorrem, sobretudo, em decorrência de fatores sociais e socioculturais, fato que necessita de medidas. De início, é importante ressaltar como o modo artificial em que as relações interpessoais são estabelecidas na atualidade contribui para a aumentar a violência praticada por alguns universitários. Nesse sentido, consoante Zygmunt Bauman -filósofo polonês- em sua obra “Modernidade Líquida”, a atualidade é marcada pelo individualismo, o que faz com que as interações sociais se estabeleçam de forma momentânea e volúvel. Dentro dessa perspectiva, esse tipo de relação acentua, em muitos casos, a falta de empatia entre os alunos mais antigos e os chamados “calouros” das instituições de ensino, o que faz com que aqueles não respeitem os limites impostos por estes durante seu processo de recepção. Consequentemente, essa realidade tende a causar danos físicos e psicológicos nos que sofreram as agressões, influenciando negativamente a vida acadêmica desses discentes. Além disso, é indubitável que persiste ,nas instituições de ensino, uma cultura de violência nos trotes , a qual corrobora a problemática em questão. Desse modo, segundo o filósofo empirista Jonh Locke, o homem nasce sem nenhum conhecimento inato, sendo este construído através das experiências. Sob tal ótica, o indivíduo que ao entrar em uma universidade vivencia práticas de agressividade tende a construir uma ideia de que essa é a forma correta de receber os recém-chegados . Por conseguinte, é gerado um ciclo em que os alunos, ao tornarem-se “veteranos”, recebem os novos membros também com violência, perpetuando esse costume. Fica claro, portanto, a urgência em coibir essa preocupante realidade. Para isso, é necessário que o Governo, através do Ministério da Educação, promova campanhas de merchandising social, por meio da inserção de assuntos referentes aos danos causados pela prática de trotes nos diversos meios de comunicação, como filmes e novelas, a fim de erradicar essa atividade das universidades brasileiras. Além disso, cabe a Polícia Federal investigar para que sejam punidos-inclusive com a exclusão do curso superior que estiverem matriculadas - as pessoas que insistirem nessa prática nociva. Com essas medidas, o impasse em questão será , gradativamente, superado no país.