O chamado “trote” feito em universidades de todo o mundo é uma tradição da época medieval em que veteranos universitários fazem brincadeiras que incluem pinturas, cortes de roupas e danças com alunos calouros, recém chegados no campus. Entretanto essa prática se difere no território brasileiro. Aqui ocorrem torturas, estupros, humilhações e por muitas vezes mortes justificadas como uma simples brincadeira. A população se pergunta: “Até onde vai o limite do trote?”. Tem-se visto com frequência a violência gerada em campus de universidades do Brasil todo. Jovens recém formados têm sua dignidade, seus direitos civis e seus futuros violados pela falta de ética e moral de outros estudantes. Essa tradição que é milenar deixou de ser, no nosso país, um momento de recreação e iniciação dos novatos para um culto degradante, violento e por diversas vezes homicida. Diversas universidades brasileiras coibiram a realização de trotes dentro de suas instalações, assim como algumas só criaram limites, como a universidade de Viçosa. A UFV em 2007 criou padrões que proíbem que acometam a integridade física e psicológica de alunos, raspagem e pintura de cabelos, obrigação de ingestão de qualquer substância lícita ou não , assim como qualquer situação que o aluno considere degradante. Essas medidas foram essenciais para a boa conduta dos alunos, embora não tenha efetivamente resolvido o problema. Pensa-se que mesmo que se criem leis proibindo e coibindo esse tipo atitude, de nada vale um documento se os cidadãos não têm moral, ética e bom senso para com o próximo, afinal o limite é não prejudicar de forma alguma o outro. De acordo com Pitágoras, deve-se educar as crianças para que não haja necessidade de punir o homem. Dessa forma, a primeira atitude plausível diante dessas tragédias é a educação às crianças nos primeiros anos de escola, ensinando a respeitar a vida e a presença do próximo. Outra possibilidade, e que gera excelentes resultados, é a criação de Trotes Solidários que têm como objetivo serviços comunitários feitos pelos calouros que, além de ser uma comemoração pela entrada na universidade, também é uma grande ajuda à pessoas carentes e necessitadas.