Os trotes universitários surgiram na Europa, na Idade Média, com as primeiras instituições de ensino superior. Neste ato, as roupas dos novatos eram queimadas e estes tinham seus cabelos raspados. Isso era justificado como medidas profiláticas contra doenças. Hoje os trotes ainda continuam sendo aplicados aos alunos ingressantes nas faculdades. Porém sabe-se que em muitos casos o que deveria ser uma forma de interação acaba tornando-se uma forma de tortura física e psicológica. É necessário, portanto que haja maior fiscalização e punição a tais atos, objetivando resguardar os estudantes que iniciam sua vida acadêmica. O trote simbolicamente representa a passagem da vida estudantil para a acadêmica. Esta tradição encontra-se arraigada na história das universidades e tem ganhado maior visibilidade devido ao modo violento com o qual é praticado. Estes atos têm sido promovidos com o uso de violência e imposição de ações que causam constrangimento ao aluno que recebe. O que deveria representar um momento de felicidade pelo objetivo alcançado torna-se um trauma. De acordo com a psicóloga e coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp Ângela Soligo o trote pode ser interessante se for integrador. Entretanto baseando-se na forma como é feito, nota-se a divergência entre o modo como deveria ser e como é. O trote enquanto forma de interação entre novatos e veteranos é uma atividade válida uma vez que objetiva dar boas vindas. Os acadêmicos devem ter consciência que o novo aluno quer fazer parte do grupo novo ao qual está sendo inserido e por isso, em parte da vezes se submeterá ao que for proposto. Partindo disso, estudantes de algumas instituições praticam o trote solidário, como forma de coibir a violência na universidade. A Universidade Federal do Rio Grande do Sul, por exemplo, desde 2004 promove ações socioambientais objetivando integrar seus alunos. É notório que se a violência que existe nos trotes não for extinta, muitas vidas serão perdidas. Devido a isso, o Mistério da Educação (MEC) juntamente com o Ministério da Justiça deve rever as leis em vigor e intensificar a punição aos atos violentos. Os alunos devem se sentir seguros ao ingressar na faculdade. Sendo assim cabe ao diretor de cada instituição assegurá-los que nada irá ocorrer com eles e propor a prática do trote solidário, que além de promover diversão e interação, ajudará a colocar um fim nos trotes agressivos e violentos.