Título da redação:

Quando o sonho vira pesadelo

Tema de redação: Trotes universitários

Redação enviada em 21/02/2015

Com as diversas formas de ingresso proporcionadas nas instituições de ensino superior, é cada vez maior o número de alunos novos que ingressam, sendo recebidos pelos alunos veteranos como calouros com festas. Mas, pondo em vista os diversos casos noticiados pela mídia das boas-vindas conhecidas como "trotes", até que ponto essa receptividade extrapola o saudável? Quais são os limites? É o sonho da maioria dos alunos concluintes do Ensino Médio ingressar em cursos de nível superior, ofertados pelas faculdades e universidades. Porém, para aqueles que ingressam, o sonho tem se tornado pesadelo, como o caso da jovem caloura do curso de medicina na USP (Universidade de São Paulo), vítima de assédio moral e físico durante um evento para novatos. A barreira do saudável tende a ser rompida pelos jovens, visto que grande parte desses eventos são regados a álcool e entorpecentes, fato este que pode proporcionar situações de degradação e humilhação aos participantes, como o pagamento de "pedágio", em que os novatos são obrigados a pedir dinheiro, como também a ingerir bebidas alcoólicas, levando-os, por vezes, à necessidade de cuidados médicos. Mas será que nesses casos de abusos cometidos pelos veteranos, a barreira do legal também não é rompida, já que, conforme o artigo 5º da Constituição, ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, senão em virtude de lei? Assediar, abusar, obrigar, denegrir e humilhar um ser humano não pode ser enquadrado como prática criminal? Resta, então, afirmar que é necessária a fiscalização das próprias universidades aos alunos que praticam trotes, prevendo punições administrativas e até a expulsão para os casos de maior gravidade, assim como o devido enquadramento criminal, caso necessário. Dessa forma, a punição serve de exemplo aos demais e os trotes provavelmente perderão, com o passar do tempo, a sensação de impunidade e se tornarão, verdadeiramente, um ato de acolhida.