Título da redação:

Profissionais em (de)formação

Tema de redação: Trotes universitários

Redação enviada em 31/03/2015

Um país que busca uma boa qualidade de vida deve investir na qualificação profissional através da educação, onde os jovens são cada vez mais instigados a passarem por processos seletivos. A busca pela realização profissional deve, antes de tudo, começar pela conquista da aprovação no vestibular; e quando esse ciclo começa, um grave problema também se inicia, que são os trotes universitários. Embora seja uma brincadeira, para muitos isso se torna um terrível pesadelo. Em paralelo a euforia da aprovação, a fragilidade do novato é muito grande, ou seja, ainda não há uma formação psicossocial sobre a realidade do trote. Aproveitando essa fragilidade, os veteranos abusam das práticas para a socialização e boas-vindas aos que chegam e acabam por corromper essa imagem de socialização, fazendo o uso do terror e da humilhação, que já se tornaram comuns em todo o Brasil. A partir das ameaças, os estudantes são forçados a passar por situações constrangedoras que violam as leis de proteção individual e comprometem as suas imagens, quando fazem uso das redes sociais para o compartilhamento da vergonha alheia. E, como se não bastasse, muitos ingressantes são submetidos ao uso forçado de drogas lícitas e ilícitas, podendo trazer graves riscos que vão de uma simples ressaca até uma overdose. Com isso, o sentimento de revolta e indignação são revertidos em vingança, onde os que sofrem hoje querem que os próximos também passem pelo mesmo processo ao qual foram submetidos e o ciclo se renova, tornando-se vicioso e, com o passar do tempo, tradicional. Devido esse grave quadro social, é comum ver notícias que envolvem a desistência dos cursos em que foram aprovados e, até mesmo, a morte de jovens. Fica claro, portanto, que uma intervenção deve ser imediata para tentar resolver a situação. As universidades, junto à justiça, devem proibir qualquer ato violento. Além dos estudantes promoverem uma mudança individual, fazendo com que essas práticas sejam banidas, mas pregando a efetuação de trotes que ajudem a sociedade, como os solidários e os ecológicos. Com o trabalho coletivo, é possível acabar com essa triste barbárie que acontece nos dias atuais.