O trote tem se tornado uma das maiores preocupações dos calouros durante o processo de ingressão na universidade, fato que se deve as imposições degradantes e humilhantes feitas pelos veteranos aos novos integrantes das instituições. Dessa forma, ao invés de ocorrer uma integração entre os alunos de forma saudável, é desenvolvida uma relação de submissão e medo. A presença dos trotes nas universidades é uma tradição histórica difundida em grande parte das sociedades, na qual os calouros se reúnem com os veteranos para que haja uma interação entre os estudantes que comemoram pelo tão almejado ingresso na universidade. Durante essa comemoração, a euforia, já comum na juventude, é ainda mais exaltada. Porém, essa mesma euforia, na maioria das vezes gera os exageros normalmente vistos durante os trotes, quando os calouros são agredidos, assediados e humilhados. Os acontecimentos violentos durante os trotes, de forma geral, geram ódio nos calouros, que assim, se vingam nos futuros universitários no ano seguinte, gerando então, um ciclo vicioso, que vem piorando a cada dia. Uma prova disso é a forma como a humilhação feita vem se manifestando, como por exemplo, através do racismo, quando recentemente, uma jovem da Universidade Federal de Minas Gerais, caloura do curso de direito, foi pintada de tinta preta, amarrada a um poste e obrigada a segurar um cartaz escrito "Chica da Silva", enquanto os veteranos simulavam agredi-la. Os trotes tem claramente se manifestado de forma negativa, infligindo até mesmo os direitos humanos em casos mais graves, havendo a necessidade de uma intervenção através de uma maior fiscalização da universidade e de órgãos públicos durante o encontro dos estudantes. Na própria universidade, os reitores poderiam também organizar debates com a função de conscientizar os alunos sobre as consequências dos trotes, mostrando-lhes que uma abordagem mais amigável durante a comemoração seria muito mais produtiva, podendo gerar mais amizades e menos ódio.