Os trotes universitários são uma espécie de ritual de passagem, em que o calouro se submete às vontades do seu veterano para conseguir inserir-se naquele ambiente novo. No entanto, o que antes era uma descontração para a integração dos novos estudantes, hoje, muitas vezes, acaba sendo um ato covarde, uma reprodução de hierarquia entre alunos ou até mesmo uma ação violenta. Casos recentes de violência, estupro e assédio sexual nos trotes universitários serviram para gerar uma grande discussão sobre a liberação ou não desses eventos. Diante da gravidade dos fatos, verifica-se que dentro das universidades, o trote é uma síntese violenta de preconceitos de raça, classe, gênero, etnia, orientação sexual etc. Entretanto, mesmo com tantos problemas, romper com ele pode não ser uma boa opção, de modo que sua coibição pode servir para aumentar o processo de infantilização dos novos ingressantes dos cursos superiores, pois ele marca o início de uma nova etapa. Desse modo, é imprescindível que o Estado intervenha nessas ações criminosas cometidas nesses eventos, punindo de forma justa o autor de crimes universitários. Como também é importante que haja uma campanha a favor dos trotes solidários, que visam a confraternização entre calouros e veteranos ao mesmo tempo em que praticam ações sociais. Impedindo assim, que algo tão tradicional seja eliminado por conta de uma minoria infratora.