Ingressar em uma universidade bem conceituada é o sonho da maioria esmagadora dos estudantes do Ensino Médio do país. O sonho, infelizmente, muitas vezes se converte em frustração e vergonha no momento em que os aprovados têm o primeiro contato com o campus e seus veteranos, para o tão conhecido e praticado trote. Em teoria, o trote é realizado no intuito de integrar e recepcionar os alunos recém chegados, sendo isso realizado por alunos já experientes. O problema se dá quando essa intenção primordial é violada, e o que se instala é uma hierarquia, na qual os calouros se encontram no pior posto. Assim, os primeiros se veem no direito de denegrir e obrigar os novatos a praticar atividades vergonhosas e muitas vezes desumanas. Casos são relatados semestralmente do que vai de pinturas no corpo com tintas a queimaduras nocivas com ácido e estupros. O que vem em seguida como legado são os traumas psicológicos e físicos na vida dos estudantes, de forma que muitos acabam por desistir de seus estudos ou adquirem transtornos comportamentais. Os que resistem criam uma sede de vingança, que por infelicidade é saciada nas turmas posteriores. Para restaurar o real propósito dos trotes é viável que cada instituição, seja ela pública ou privada, se certifique de legislar e garantir a integridade de seus alunos, repudiando todo e qualquer ato que promova o denegrimento do moral e físico, sendo mais atentas e vigilantes dentro e fora dos campus. Além disso, toda a comunidade poderia incitar os trotes solidários, como os de doação de roupas e sangue, que acima de tudo desenvolvem o senso de cidadania e compaixão.