Desde a antiguidade, as sociedades determinam momentos da vida de seus integrantes, nos quais estes eram considerados adultos ou dignos de certas responsabilidades. Diante de tais momentos, os indivíduos eram submetidos a rituais de passagem, dos quais alguns permanecem nas culturas contemporâneas. Um exemplo é o trote universitário, originário da Idade Média, que tem gerado, atualmente, grandes preocupações para a sociedade. Tornaram-se questionáveis seus prós e contras, e medidas para dosar os trotes se mostraram urgentes. Por um lado, os trotes universitários são ações que buscam a integração social entre os estudantes que fazem parte, dentro do campus, de um mesmo grupo e um mesmo curso. As ações passam, assim, a concretizar a união de indivíduos que são considerados prontos para uma nova fase de suas vidas: a universidade. Por outro lado, a cultura e as, até então, inofensivas atitudes estudantis passam a demonstrar uma face agressiva e humilhante. Contudo, os trotes continuam a ser praticados, pois se tornaram “brincadeiras” das quais os calouros não têm a opção de não participarem e, assim, criam um ciclo vicioso baseado na vingança a partir do abuso do poder dado aos chamados veteranos. Portanto, é evidente a urgência na adoção de medidas que dosem e monitorem os tradicionais trotes, a partir de uma conscientização dos direitos dos alunos, criação de regras que punam a adoção de trotes violentos. Assim, juntamente a leis leis que condenem universitários e universidades que aceitam agressivas “brincadeiras”, o ambiente estudantil se tornará mais humano e mais seguro.