Título da redação:

O abuso do poder

Tema de redação: Trotes universitários

Redação enviada em 14/04/2016

A frase do filósofo francês Montesquieu, “todo homem investido de poder tende a abusar dele”, evidencia a situação violenta dos atuais trotes universitários e distancia estes dos rituais de passagem da vida estudantil para a acadêmica, presente nas universidades europeias da Idade Média (séc. XV), local onde surgiu. O uso da autoridade coercitiva, através da violência física, sexual e ridicularização, é a principal face dos trotes nacionais. Tal abuso fica evidente no primeiro caso de morte em rituais de passagem do Brasil, na qual o acadêmico da Faculdade de Direito do Recife foi assassinado após recusar-se a participar dos atos de ridicularização. Casos como esse são permanentemente sustentados ora pelas próprias universidades, ora pela impunidade judicial. A inércia não só das instituições superiores, como também da Justiça, são as “grandes colunas” mantenedoras da violência nas práticas acadêmicas. É importante ressaltar que, na contramão dessa situação generalizada, a justiça de São Paulo criou uma lei estadual que proíbe e puni os trotes coercitivos, e a PUC-Campinas criou uma comissão de docentes par acompanhar os trotes na instituição. Mediante os fatos, fica claro a necessidade de duas linhas de atuação conjunta para o atual problema: Primeiro, o Ministério da Educação (MEC) determinar a construção de uma Comissão Permanente para acompanhar, avaliar e punir, se necessário, os trotes nas Universidades. Segundo, a criação de uma lei específica que criminalize os trotes violentos em todo o Brasil, uma vez que a ausência desta oportuniza a existência da impunidade dentro da vida acadêmica.