A necessidade de adaptação ao meio acadêmico faz com que práticas abusivas e humilhantes sejam banalizadas pelos jovens. Isso pode ser visto nos trotes que atingem diretamente a dignidade e desmoralizam os calouros. Países europeus como a Alemanha e Portugal foram pioneiros do trote universitário que era realizado para acolher e fazer com que os novatos se desprendessem de sua essência anterior, amadurecendo para entrar em uma nova etapa. Porém, hoje a essência desse "ritual" foi alterada e substituída pela violência física, moral e verbal. Práticas como estas eram vistas antigamente em Roma no coliseu que atraía a população para se "divertir" através da violência vista nas lutas e nas execuções. Isso é semelhante aos trotes atuais, fornecedores de "diversão" para os veteranos que ultrapassam os limites e ferem diretamente a dignidade do próximo através de "brincadeiras" que em alguns casos já levaram à morte. Além disso, a necessidade que os jovens possuem de inserção social os torna suscetíveis à influência dos outros, levando-os a realizarem atos de humilhação contra o próximo ou até com eles mesmos. Ademais, a impunidade ocasiona o agravamento desses atos que trazem medo e receio aos que irão ingressar nas faculdades, sejam elas públicas ou privadas. Tendo em vista tudo isso, é necessário que as faculdades fiscalizem rigorosamente os trotes, como a USP que criou um disque trote para que seus alunos possam denunciar práticas abusivas, punindo aqueles que cometerem atos violentos. Em adição, o governo deve criar uma lei efetiva para a proibição desses trotes e também deve criar centros de apoio para aqueles que sofreram violência tanto física como psicológica.