Título da redação:

Embaixadores da tortura!

Tema de redação: Trotes universitários

Redação enviada em 04/04/2015

Narcisista, ilícito, monstro, sem caráter e desumano, são alguns adjetivos para pessoas que se aproveitam da invulnerabilidade de calouros nas universidades. A prática desse ato que recebe o nome de “trote” deve ser erradicada das instituições brasileiras. Vista por alguns como uma simples recepção aos calouros e por outros como um vetor para a causa de sérios danos psicológicos, físico e moral, a cultura do silêncio e em alguns casos a morte. A prática do trote, que foi introduzida no Brasil no século XVIII, tem sido destorcida nas últimas décadas. Uma dinâmica que deveria trazer interação entre calouros e veteranos transformou-se em um ato destrutivo. Ao invés dos participantes serem submetidos a brincadeiras envolvendo tintas, pedir dinheiro no farol e raspar a cabeça, eles são expostos a práticas degradantes como assédio sexual, simulação de sexo para os veteranos, lesões corporais e em alguns casos, situações racistas e homofóbicas. A junção desses atos, na maioria das vezes, acarreta no calouro sérios danos psicológicos, como um sentimento de inferioridade e fobia. Eles se sentem pressionados em não relatar nada para a instituição sobre o que foi feito nos trotes, e quando estes chegam a relatar o ocorrido, em alguns casos, como na USP, não recebem apoio, gerando uma impunidade em cadeia para os veteranos, já que o ato é acompanho, na maioria das vezes, por atitudes ilegais e por isso deve ser banido das universidades brasileiras. Porém, o “trote” pode tomar proporções mais amplas, como foi o caso do ex-estudante de medicina da USP, Edison Hsueh, que foi encontrado morto em uma piscina após um churrasco. Duas pessoas foram acusadas pela sua morte, mas o caso foi arquivado em 2006. Vítima de uma ação irracional, Edison é mais uma prova da impunidade que assiste esses bárbaros. Portanto, essa gradação de fatos maléficos deve servir para que providências imediatas sejam tomadas. Como classificar essa prática como crime de tortura no Código Penal, a criação de uma ouvidoria estudantil em cada instituição, proibir patrocínios destinados a esses “eventos” e o primordial, uma rígida fiscalização pelas universidades para que esses “trotes” não ocorram nas mesmas.