Ao longo dos anos o homem buscou entender o fenômeno da dominação. Destacaram-se nessa pesquisa Maquiavel, Bourdieu, Weber que a associaram, respectivamente, ao plano físico, simbólico e racional. Hodiernamente, uma das formas de repreensão que preocupam a sociedade, devido à sua agressividade, são os trotes universitários que encontram na cultura da vingança, na hierarquização do poder e na sua banalização, naturalização os seus fatores desencadeantes. Nas faculdades, é consenso que existe nos trotes uma cultura da vingança, ou seja, quem sofre quer retribuir, descontar, extravasar todo o mal a que foi acometido. Como resultado a cada início e meio de ano a violência aumenta, assim como as denúncias e da mesma forma que um ciclo a cada nova vítima tem-se um futuro agressor que vai reproduzir a violência. Com relação à hierarquização de poder, pode-se notar que ela ajuda a fomentar a discriminação, o desrespeito e a segregação que em nada contribui para a integração daqueles que chegam à faculdade. O ambiente acadêmico deve ser um espaço que valoriza a individualidade, a diversidade e que procura tratar todos de forma igualitária. Portanto, qualquer tipo de hierarquia de poder existente somente contribui para que certos grupos subjuguem, descriminem, humilhem fato que foge totalmente aquilo a que se propõe verdadeiramente um ambiente de ensino. Por fim, observa-se que os trotes estão sendo naturalizado fato que leva a sua banalização. Isso acontece porque dentro das universidades existe uma maioria conservadora, de classe média alta que reproduz a violência, o preconceito e que busca a manutenção dos valores tradicionais. Geralmente, nos casos denunciados o reitor não dá muita atenção para os casos, se omite na maioria das vezes e deixa tudo terminar no esquecimento em nome da tradição. Até hoje, poucos foram realmente punidos criminalmente, o que gera por consequência impunidade. Portanto, para modificar essa situação é fundamental mudar essa mentalidade de vingança e hierarquia dentro da universidade. Para tanto, é preciso uma ação conjunta dos professores e alunos através de palestras e campanhas dentro da instituição com vistas à conscientização e a mudança de comportamento. Além disso, é necessária uma atuação mais efetiva por parte das reitorias, por meio de investimentos na contratação de seguranças para os trotes e na compra de equipamentos de vídeo e eletrônicos que ajudem a repelir, a identificar, e a punir severamente os criminosos.