Do trote à ofensa Popularmente conhecido como trote universitário, o mesmo caracteriza o início da vida acadêmica, sendo pautado por uma comemoração entre veteranos e calouros. Diversão, bebidas, tinta fresca e cantorias fazem parte desse momento. Nesse ambiente divertido e descontraído é o momento oportuno para fortalecer novas amizades, porém o mesmo ambiente pode proporcionar atitudes que contrariam e ofendem à dignidade do participante. O início da vida universitária pode não ser mil maravilhas para os calouros e essa desilusão já pode ser sentida no trote universitário. Parte destas ordens impostas pelos veteranos, que até então são vistas como comuns, podem em segundo plano incitar o ódio e o preconceito contra os iniciantes à vida acadêmica. Alusões à práticas sexuais, ritos que expõem de forma humilhante o ser humano, incitação à discriminação através de brincadeiras racistas e qualquer tipo de constrangimento moral acabam fazendo parte desse ritual entre universitários. A sensação de liberdade plena, a gloriosa ideia de veteranos de estarem no comando dos até então inexperientes alunos, podem ser hipóteses para tamanhas atrocidades cometidas. A certeza da impunidade também é um fator considerável pois, a certeza de que nada pode acontecer à eles porque não passa de uma simples brincadeira, acobertam qualquer tipo de acusação. Não se manifestando contra estas rebeldias por medo de rejeição ou perseguição, calouros preferem guardar para si estas embaraçosas situações. Partindo-se do pressuposto dos direitos garantidos pela constituição, onde qualquer ato violento ou discriminatório deve ser julgado sob consequências penais, se faz necessário aplicá-los aos indivíduos que fazem apologias à situações racistas. Incentivar à denúncia contra atos discriminatórios através dos disque-denúncias, buscar orientação quanto ao fato ocorrido na instituição de ensino seriam alternativas plausíveis para solucionar situações como estas.